Home / Política / Embaixador prevê conclusão da extradição de Carla Zambelli ainda neste semestre

Embaixador prevê conclusão da extradição de Carla Zambelli ainda neste semestre

rss featured 15174 1754073131

O embaixador do Brasil na Itália, Renato Mosca, afirmou nesta sexta-feira (1º) que o processo de extradição da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) deve ser finalizado até o fim do segundo semestre de 2025.

Zambelli foi presa em 29 de julho em um apartamento em Roma, onde permanece detida após a Justiça italiana manter a prisão preventiva durante audiência de custódia. O pedido de extradição foi apresentado pelo Judiciário brasileiro logo após a parlamentar comunicar nas redes sociais que havia deixado o país rumo aos Estados Unidos e, em seguida, à Itália, alegando dupla cidadania.

Tramitação acelerada

Segundo Mosca, há consenso entre as autoridades italianas para que o processo seja “curto”, sem prejuízo ao direito de defesa. Ele destacou que a prisão ocorreu 55 dias após a emissão do mandado no Brasil e negou que a deputada tenha se entregado voluntariamente, como sustentou a defesa.

O embaixador acrescentou que, ao término das etapas judiciais, o caso poderá ser analisado politicamente pelo governo italiano, comandado pela primeira-ministra Giorgia Meloni. A prisão, disse Mosca, gera ampla repercussão na imprensa local, descrita por ele como “avalanche” de reportagens diárias.

Comparação com o caso Battisti

Mosca comparou o ritmo do processo de Zambelli ao do ex-ativista italiano Cesare Battisti, extraditado apenas em 2019. Segundo o diplomata, autoridades italianas consideram superada a decisão de 2010, quando o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou o envio de Battisti, decisão que foi revista anos depois.

Embaixador prevê conclusão da extradição de Carla Zambelli ainda neste semestre - Imagem do artigo original

Imagem: Vinícius Loures via gazetadopovo.com.br

Argumentos da defesa

Os advogados de Zambelli sustentam que existe “grave anomalia” no processo, alegando que o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes teria atuado como vítima, julgador e executor da sentença. A defesa também pretende solicitar asilo político ao Ministério da Justiça da Itália, cujo parecer é encaminhado a um tribunal. Apesar disso, a palavra final sobre a extradição cabe ao Executivo italiano.

Com informações de Gazeta do Povo