Brasília, 25 de julho de 2025 – O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode aplicar a Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ainda nesta sexta-feira.
A legislação norte-americana prevê o congelamento de bens em território dos EUA e impede que o alvo realize transações financeiras que passem pelo sistema financeiro do país. Segundo o parlamentar, a medida seria “mais um capítulo” nas sanções a Moraes, que teve o visto americano revogado na semana passada.
“Trump tem um arsenal na mesa e, caso venha, talvez até hoje, a Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes será apenas mais um episódio”, disse Eduardo Bolsonaro em entrevista concedida à revista Oeste.
Lobby nos EUA
O deputado está nos Estados Unidos desde o início da semana para articular punições ao ministro, no contexto do processo que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Uma das medidas anunciadas, o tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros, acabou afetando toda a pauta de exportações do país.
Eduardo Bolsonaro condicionou a revisão da tarifa à aprovação, pelo Congresso Nacional, de um projeto de anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. Ele também mencionou que o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), podem ser alvo de sanções americanas caso não avancem com a pauta.
Pressão pelo impeachment
O impeachment de Alexandre de Moraes é uma das principais bandeiras da oposição ao governo Lula. Até o momento, já foram protocolados 29 pedidos no Senado. O mais recente, apresentado nesta semana pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), alega atuação político-partidária do ministro, violação da liberdade de expressão e falta de imparcialidade no inquérito que apura a suposta tentativa de golpe após as eleições de 2022.

Imagem: Zeca Ribeiro via gazetadopovo.com.br
Flávio Bolsonaro sustenta que Moraes teria aplicado “repressão desproporcional” a manifestações políticas ligadas ao ex-presidente e a parlamentares aliados.
As declarações de Eduardo Bolsonaro ocorrem em meio à escalada de tensões diplomáticas entre Brasília e Washington, impulsionada pelas sanções recentes e pelas críticas reiteradas de Trump ao que chama de “perseguição política” contra Jair Bolsonaro.
Com informações de Gazeta do Povo