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Tilápia é classificada como espécie invasora e setor aquícola teme novos entraves

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Brasília, 9 de novembro de 2025. A Comissão Nacional de Biodiversidade (Conabio) incluiu a tilápia na Lista Nacional Oficial de Espécies Exóticas Invasoras, decisão que provocou apreensão entre produtores brasileiros responsáveis pela criação do peixe mais cultivado no país.

Originária da bacia do Rio Nilo, a tilápia foi encontrada em rios e lagos fora das áreas de cultivo, sinalizando desequilíbrio em alguns ecossistemas. Apesar da classificação, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) afirmou que o cultivo comercial permanece autorizado pelo Ibama e não há plano para interromper a atividade.

Setor vê risco de restrições futuras

Entidades da aquicultura temem que a inclusão abra caminho para exigências adicionais de licenciamento ou até limitações regionais. Segundo a Embrapa, a espécie responde por mais de 60% da produção de peixes de cultivo no Brasil, gerando milhares de empregos diretos e indiretos, principalmente no Nordeste e no Centro-Oeste.

Representantes do setor defendem investimentos em manejo sustentável e fiscalização para evitar escapes, em vez de restrições à produção. Eles temem que interpretações divergentes de órgãos estaduais ou municipais levem à suspensão de novos projetos.

Caráter técnico e preventivo

De acordo com o MMA, a medida tem cunho preventivo e serve de referência para políticas públicas de controle ambiental. Entre as práticas recomendadas estão a reversão sexual — uso de hormônios para transformar fêmeas em machos e impedir reprodução caso haja fuga —, gaiolas em reservatórios e tanques escavados com barreiras físicas.

A Conabio, composta por 11 ministérios, representantes do setor produtivo, órgãos ambientais e sociedade civil, também discute um plano nacional de resposta para novas invasões biológicas e ações de detecção precoce.

Convite à ministra

No último dia 30, a Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados aprovou convite para que a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, esclareça a inclusão da tilápia na lista e seus possíveis reflexos sobre a aquicultura.

O governo reforça que, por ora, não haverá mudança nas atuais regras de criação, mas o setor segue em alerta diante da possibilidade de novas exigências regulatórias.

Com informações de Gazeta do Povo