São Paulo – A Polícia Federal prendeu, na noite de terça-feira (18), o presidente do Banco Master, Daniel Vorcaro, 42 anos, no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP). O executivo é apontado como líder de um esquema de criação e venda de carteiras de crédito falsas que teria provocado prejuízo estimado em R$ 12 bilhões.
Operação Compliance Zero
A detenção integrou a Operação Compliance Zero, conduzida pela PF. De acordo com os investigadores, Vorcaro embarcava com a família para Malta, no Oriente Médio, quando foi interceptado. O mandado foi cumprido de forma antecipada devido ao risco de fuga identificado pelas autoridades.
A defesa do banqueiro afirma que ele não pretendia se evadir e classificou a prisão como “ilegal”.
Perfil do executivo
Nascido em Belo Horizonte, Vorcaro iniciou a carreira na construção civil, setor em que contou com apoio financeiro do pai. Sem formação tradicional no mercado financeiro, autodenominava-se “outsider” e ganhou notoriedade na Faria Lima por estratégias consideradas agressivas e pouco usuais.
Modelo de captação do Banco Master
O Banco Master oferecia Certificados de Depósito Bancário (CDBs) com retorno acima de 130% do CDI, índice superior ao praticado pela maior parte das instituições. Os recursos captados eram direcionados a companhias com histórico de fragilidade financeira.
Aplicações de até R$ 250 mil por investidor contam com cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Valores acima desse limite dependem da liquidação de bens do banco para eventual ressarcimento. Após a prisão, investidores recorreram ao aplicativo do FGC para solicitar devolução de recursos.
Antecedentes e sanções
O Banco Master surgiu a partir do antigo Banco Máxima, punido pelo Banco Central (BC) em 2016 por gestão fraudulenta. Em 2024, o BC proibiu a emissão de novos CDBs pela instituição e exigiu reforço de capital. Uma tentativa de venda para o Banco Regional de Brasília (BRB) foi vetada pelo regulador, também por suspeitas sobre a operação. Dias antes da prisão de Vorcaro, o banco anunciara acordo de venda a um consórcio com investidores dos Emirados Árabes Unidos.
Com informações de Gazeta do Povo