A confirmação de que a Caixa Econômica Federal lançará uma plataforma própria de apostas online em meados de novembro desencadeou críticas de parlamentares da oposição e até de figuras que apoiam o governo federal.
O banco estatal, responsável pelas loterias federais, informou nesta semana que o novo serviço poderá arrecadar até R$ 2,5 bilhões por ano. Apesar da expectativa de receita, o anúncio foi contestado em diferentes frentes.
Influenciadora e integrante do Conselhão protesta
A educadora financeira Nathália Rodrigues, conhecida como “Nath Finanças” e membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, criticou o projeto nas redes sociais. “Perceberam que o dinheiro das apostas estava indo para fora do país e, em vez de proibirem, vão criar mais uma casa de apostas para arrecadar ainda mais”, afirmou.
Senadores prometem ação judicial
No Congresso Nacional, os senadores Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG) e Eduardo Girão (NOVO-CE) gravaram vídeo no plenário conclamando um movimento contra a chamada “bet da Caixa”. Girão declarou que pretende ir à Justiça para “evitar que a tragédia do endividamento se abata ainda mais sobre as famílias brasileiras”.
A também senadora Damares Alves (Republicanos-DF) acusou o governo de incoerência ao associar uma instituição pública à atividade de apostas. Segundo ela, a medida “legitima uma prática que já tem provocado endividamento, desagregação familiar e problemas de saúde mental”.
Entidade de defesa do consumidor vê contradição
O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) divulgou nota classificando a iniciativa como “contradição profunda”. Para o instituto, ao entrar no mercado de apostas, a Caixa “empresta seu selo de credibilidade a um produto baseado no vício, ilusão e endividamento”.
Até o momento, a Caixa mantém o cronograma de lançamento para novembro e não comentou as críticas publicamente.
Com informações de Gazeta do Povo
