A Petrobras começou a perfurar o poço exploratório Morpho, no bloco 59 da bacia da Foz do Amazonas, em 20 de outubro de 2025, poucas horas após o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) emitir a Licença de Operação para a atividade.
Licença expedida e operação imediata
Segundo o sistema do Ibama, o documento foi assinado às 12h14 pelo presidente do órgão, Rodrigo Agostinho. Na mesma data, a estatal comunicou oficialmente o início da perfuração, cumprindo a exigência de informar o órgão ambiental sobre o início das atividades.
Sonda já estava posicionada
A plataforma de perfuração estava ancorada na área desde agosto, realizando simulações de emergência exigidas no processo de licenciamento. Com a autorização efetivada, a petroleira avançou imediatamente para a perfuração do poço, etapa restrita à pesquisa, sem produção comercial de petróleo.
Condições ambientais e investimentos
A licença estabelece 34 condicionantes, entre elas planos de proteção à fauna e à flora e protocolos de resposta a emergências. A Petrobras deverá investir R$ 39,6 milhões em compensações ambientais.
Entre as melhorias cobradas estão:
- Criação de um Centro de Reabilitação e Despetrolização (CRD) de grande porte em Oiapoque (AP), que se soma ao já existente em Belém (PA);
- Disponibilização de três embarcações offshore dedicadas ao resgate de fauna e quatro embarcações nearshore para apoio emergencial;
- Realização de novo exercício simulado de emergência durante a perfuração, focado na proteção da fauna.
Tempo de resposta a vazamentos
O parecer técnico final do Ibama apontou que o principal barco de apoio, baseado no Pará, poderia levar até 55 horas para chegar à área do poço. A Petrobras assegurou que uma embarcação mais rápida reduzirá esse tempo para 26 horas.
Nova fronteira exploratória
Localizado a 500 km da foz do rio Amazonas e a 175 km da costa, o bloco 59 é considerado uma das principais apostas para repor a queda prevista na produção nacional de petróleo. Estudos indicam potencial de 10 bilhões de barris de óleo equivalente.
Levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) projeta impacto de R$ 175 bilhões no Produto Interno Bruto e criação de 495 mil empregos caso a exploração na Margem Equatorial avance.
Com informações de Gazeta do Povo