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Metade dos brasileiros vive sem reserva financeira e fica vulnerável a imprevistos

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Um levantamento recente revela que 52% da população brasileira não possui qualquer tipo de reserva financeira, deixando milhões de famílias expostas a crises provocadas por despesas inesperadas.

Os dados indicam ainda que a fatia de brasileiros com algum dinheiro guardado caiu de 44% para 37% nos últimos sete anos. Paralelamente, 48,2% dos consumidores estão com o nome negativado, o que acentua a fragilidade: sem poupança, um gasto emergencial, como um problema de saúde, pode desequilibrar totalmente o orçamento doméstico.

A renda insuficiente é apontada como principal obstáculo à formação de poupança, seguida do elevado endividamento. Com juros de cartão de crédito superiores a 400% ao ano, as dívidas se transformam em uma bola de neve que consome a renda disponível.

A pesquisa mostra também falta de conhecimento sobre finanças pessoais: 72% dos entrevistados conhecem apenas a tradicional caderneta de poupança. Aspectos culturais, como o consumo imediato, e traumas de crises passadas — entre elas a hiperinflação — continuam a desencorajar o hábito de economizar.

A caderneta, embora ainda seja o destino mais comum do dinheiro aplicado, vem perdendo espaço. Em 2017, 89% dos investidores a utilizavam; hoje, o índice recuou para 64%. A busca por alternativas mais rentáveis, como CDBs, fundos de investimento ou ativos digitais, concentra-se nas faixas de maior renda.

Especialistas definem educação financeira como a capacidade de administrar o próprio dinheiro, compreender conceitos como juros compostos e planejar o futuro. A ausência desse conhecimento contribui para decisões equivocadas, como aceitar taxas abusivas ou postergar a aposentadoria.

Para reverter o cenário, eles sugerem três frentes de ação: inclusão de educação financeira nas escolas, oferta de produtos de investimento com aportes mínimos entre R$ 10 e R$ 50 e reformas macroeconômicas capazes de controlar o gasto público, reduzir juros e conter a inflação, tornando o ato de poupar mais atrativo.

Com informações de Gazeta do Povo