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Lula destina R$ 5,3 bilhões a fundo de florestas e pressiona países ricos na véspera da COP 30

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Belém (PA) — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta quinta-feira, 6 de novembro de 2025, o aporte de US$ 1 bilhão (aproximadamente R$ 5,3 bilhões) ao Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF). O anúncio ocorreu durante a Cúpula do Clima realizada pela manhã em Belém, um dos eventos preparatórios da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), que começa na próxima semana.

Lula classificou a iniciativa como “investimento” destinado a remunerar países que mantiverem suas florestas em pé, e não como doação. O compromisso financeiro foi apresentado em meio à pressão de oposição e mercado por cortes de gastos, enquanto o Ministério da Fazenda enfrenta dificuldades para elevar a arrecadação e cumprir a meta de zerar o déficit público até 2026.

Apelo aos países desenvolvidos

Durante o pronunciamento, o presidente cobrou “anúncios igualmente ambiciosos” das nações ricas, argumentando que essas economias foram as maiores beneficiadas por um modelo baseado em carbono. Em artigo publicado no jornal O Globo, Lula afirmou que os países desenvolvidos precisam “estar à altura de suas responsabilidades” e honrar suas “dívidas” climáticas.

Brasil busca protagonismo climático

O encontro em Belém também serviu para reforçar a posição brasileira nas negociações internacionais. Lula voltou a defender a reforma da governança global, especialmente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), demanda que persegue desde o início do atual mandato. Ele disse ter convocado líderes mundiais para que assumam compromissos concretos “com a urgência que a crise climática exige” e definiu a COP 30 como a “COP da verdade”.

Metas ambientais e uso de petróleo

No artigo, o presidente destacou que o Brasil reduziu pela metade a área desmatada na Amazônia em dois anos de governo. A nova Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) brasileira prevê queda de 59% a 67% nas emissões de gases de efeito estufa até 2030. Lula convocou outros países a apresentarem metas semelhantes.

Apesar do tom ambiental, ele defendeu o uso de receitas do petróleo para financiar a transição energética “justa, ordenada e equitativa”, citando a Petrobras como empresa que, no futuro, deve se transformar em companhia de energia. Lula também relacionou combate às mudanças climáticas à luta contra a fome e a desigualdade.

Com o novo fundo e os apelos feitos em Belém, o governo busca mostrar compromisso com ações efetivas antes do início oficial da COP 30.

Com informações de Gazeta do Povo