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Lula descarta privatização dos Correios e garante recuperação da estatal

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira, 18 de dezembro de 2025, que os Correios não estão à venda e que o governo trabalha para devolver a empresa pública “sarada” à sociedade. A declaração foi dada durante entrevista coletiva em Brasília, na qual ele reconheceu o déficit de R$ 6 bilhões registrado pela estatal até setembro, o maior entre todas as empresas federais neste ano.

Segundo Lula, a privatização foi descartada logo no início de seu terceiro mandato, quando os Correios foram retirados do programa de desestatização. Mesmo assim, o rombo financeiro se agravou nos últimos três anos, aproximando a companhia de um possível socorro do Tesouro Nacional. “Não vai privatizar. Enquanto eu for presidente não terá privatização. O que pode haver é parceria com empresas; sei que há grupos italianos interessados em discutir os Correios”, declarou.

Plano de recuperação

O presidente informou que a ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, recebeu a missão de conduzir o processo de recuperação. Entre as ações já adotadas estão a troca da presidência da estatal, a nomeação de técnicos para cargos estratégicos e a priorização de entregas públicas frente à concorrência privada.

Lula também admitiu a possibilidade de encerrar agências deficitárias, transferindo operações para outras estruturas governamentais. “Fui informado de que há cidades em que manter agência própria não compensa. Podemos usar espaço de outra empresa pública em vez de triplicar postos do governo”, afirmou.

Reestruturação financeira

Os Correios aprovaram recentemente um plano que combina recuperação financeira, consolidação e expansão. O pacote inclui a busca de empréstimos de até R$ 12 bilhões em bancos públicos e privados, além de ajustes no modelo de negócio para reduzir a estrutura considerada inchada.

Apesar de afirmar que não é objetivo do Estado que todas as estatais apresentem lucros elevados, Lula ressaltou que o governo não pretende sustentar empresas deficitárias com recursos dos contribuintes. “Não interessa ter uma empresa que dê prejuízo bancado por quem nada tem a ver com ela”, disse.

Com o cronograma de medidas em curso, o Palácio do Planalto espera reequilibrar as contas da companhia antes do término do atual mandato.

Com informações de Gazeta do Povo