O empresário Daniel Vorcaro, controlador do Banco Master, deixou o Centro de Detenção Provisória 2 de Guarulhos na manhã deste sábado (29). A libertação foi autorizada pela desembargadora Solange Salgado, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), que substituiu a prisão preventiva por medidas cautelares.
Vorcaro estava preso desde 18 de novembro, alvo da Operação Compliance Zero, da Polícia Federal, que apura supostas fraudes financeiras superiores a R$ 12 bilhões. Ele saiu do presídio por volta das 11h40, usando tornozeleira eletrônica, carregando uma Bíblia e acompanhado de seus advogados.
Restrições impostas
A decisão judicial determina que o banqueiro:
- mantenha o uso de monitoramento eletrônico;
- apresente-se periodicamente à Justiça;
- não deixe o município onde reside sem autorização prévia;
- não mantenha contato com outros investigados ou testemunhas;
- não exerça atividades ligadas ao mercado financeiro;
- permaneça com o passaporte retido, ficando proibido de deixar o país.
A magistrada considerou que, por se tratar de crimes sem violência ou grave ameaça, as restrições são suficientes para garantir a ordem econômica, evitar fuga e impedir a repetição das condutas investigadas.
Executivos também soltos
Além de Vorcaro, outros quatro ex-dirigentes do Banco Master receberam o mesmo benefício e passaram a usar tornozeleira eletrônica: Augusto Ferreira Lima (ex-CEO e sócio), Luiz Antônio Bull (diretor de Riscos, Compliance, RH, Operações e Tecnologia), Alberto Felix de Oliveira Neto (superintendente de Tesouraria) e Ângelo Antônio Ribeiro da Silva (sócio).
Alvos da Operação Compliance Zero
Deflagrada há cerca de dez dias, a investigação apura a venda de carteiras de crédito supostamente falsas ao Banco de Brasília (BRB), que teriam sido usadas para encobrir rombos bilionários no Master. A Polícia Federal também investiga a emissão de CDBs com rendimentos muito acima da média de mercado.
O caso ganhou repercussão após o Banco Central decretar a liquidação extrajudicial do Banco Master, bloqueando bens de seus controladores e ex-administradores.
As investigações prosseguem no âmbito da Justiça Federal.
Com informações de Gazeta do Povo