A inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 0,18% em novembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (10). Com o resultado, o acumulado em 12 meses caiu de 4,68% para 4,46%, ficando abaixo do teto da meta de 4,5% pela primeira vez desde setembro.
Grupos com altas e quedas
Dos nove grupos pesquisados, cinco registraram alta. Despesas pessoais subiram 0,77% e habitação 0,52%, cada um acrescentando 0,08 ponto percentual ao índice do mês. Na outra ponta, artigos de residência recuaram 1,0%, comunicação cedeu 0,2%, saúde e cuidados pessoais caiu 0,04% e alimentação e bebidas teve ligeira deflação de 0,01%.
Alimentos continuam em queda
Dentro de alimentação no domicílio, que acumulou a sexta baixa consecutiva (-0,2%), os recuos mais intensos foram de tomate (-10,38%), leite longa vida (-4,98%) e arroz (-2,86%). Já óleo de soja subiu 2,95% e carnes, 1,05%.
Efeito Black Friday
O gerente do IPCA, Fernando Gonçalves, atribuiu a forte queda no grupo artigos de residência — a maior para um mês de novembro desde o início do Plano Real — às promoções da Black Friday.
Passagens aéreas pressionam
Passagens aéreas avançaram 11,9% e responderam sozinhas por 0,07 ponto percentual do IPCA, reflexo da maior demanda por viagens e de reajustes típicos do fim de ano.
Juros em foco
A divulgação ocorre no mesmo dia da última reunião de 2025 do Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa Selic está em 15% desde junho, após elevações iniciadas em setembro de 2024. Apesar da desaceleração da inflação, o mercado majoritariamente espera manutenção dos juros, enquanto parte do governo e do setor produtivo pressiona por cortes.
Analistas avaliam que o Banco Central deve agir com cautela diante das incertezas fiscais e das pressões ainda presentes em determinados grupos do IPCA.
Com informações de Gazeta do Povo