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Indústria de saúde animal amplia foco no bem-estar dos suínos para elevar produtividade

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A crescente preocupação com o bem-estar dos suínos levou empresas de saúde animal a intensificar investimentos em tecnologias que reduzam o estresse dos animais e, ao mesmo tempo, melhorem o desempenho produtivo das granjas brasileiras. A estratégia foi evidenciada durante o Simpósio Brasil Sul de Suinocultura 2025, realizado em 8 de setembro em Chapecó (SC).

Vacina três em um diminui dores e custo

Principal novidade apresentada no evento, uma vacina de dose única de 2 ml protege, simultaneamente, contra circovírus tipo 2 (PCV2), Mycoplasma hyopneumoniae e Lawsonia intracellularis. A combinação, segundo a fabricante MSD Saúde Animal, reduz o número de injeções, minimiza desconforto e pode baixar custos operacionais.

Fernando Chucid, diretor da unidade de negócios de Suinocultura da companhia, explica que a ileíte — provocada por L. intracellularis — “degrada o íleo, causa perda de rendimento, diarreia, menor ganho de peso e pode levar à mortalidade”. Ao afetar também o aproveitamento de tripas, a doença gera prejuízos à produção de embutidos.

A empresa estuda adaptar o imunizante a um dispositivo intradérmico sem agulha, opção que tende a reduzir ainda mais dor, estresse e riscos de acidentes.

Bem-estar influencia qualidade da carne

Estudo publicado em 2014 na Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental já havia correlacionado estresse animal a cortes de menor qualidade, como as carnes PSE (pálida, flácida e exsudativa) e DFD (escura, firme e seca). Além de comprometer a textura, essas condições diminuem a vida útil do produto.

A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) define bem-estar como a garantia de que o animal esteja saudável, bem nutrido, confortável, seguro, livre de dor, livre de medo e capaz de expressar comportamento natural.

Região Sul concentra 73% da produção

Dados de 2024 do Ministério da Agricultura e Pecuária mostram que Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul responderam por 73,13 % dos 46,6 milhões de suínos abatidos no país. Foram 15,4 milhões de cabeças em Santa Catarina (32,94 %), 9,6 milhões no Paraná (20,62 %) e 9,1 milhões no Rio Grande do Sul (19,57 %).

Do total produzido, cerca de 75 % abastece o mercado interno, enquanto 25 % é exportado. O consumo per capita de carne suína no Brasil passou de 15,3 kg em 2019 para 18,6 kg em 2024, crescimento de 21,6 % em cinco anos.

Com a adoção de práticas que priorizam saúde e conforto animal, a cadeia espera ganhos em rentabilidade, qualidade da carne e aceitação do consumidor.

Com informações de Gazeta do Povo