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Operação aponta que Grupo Refit driblava R$ 350 milhões mensais em impostos sobre combustíveis

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São Paulo — A Receita Federal deflagrou nesta quinta-feira (27) a Operação Poço de Lobato e identificou que o Grupo Refit deixou de recolher cerca de R$ 350 milhões por mês em tributos, sobretudo ICMS, em todas as etapas da cadeia de combustíveis — da importação à venda em postos.

Ao todo, 190 mandados de busca, apreensão e bloqueio de bens foram cumpridos no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Maranhão e Distrito Federal. O prejuízo estimado aos cofres públicos ultrapassa R$ 26 bilhões.

Refinaria de Manguinhos no centro do esquema

De acordo com o Ministério Público de São Paulo (MPSP), a refinaria de Manguinhos, na capital fluminense, atuava como base da fraude. Empresas ligadas ao grupo usavam fundos de investimentos, fintechs, bancos e offshores em paraísos fiscais para ocultar lucros e blindar patrimônio.

O promotor Alexandre Castilho explicou que havia núcleos voltados a operações no exterior, tecnologia e área jurídica. Pelo menos 50 fundos de investimento teriam sido empregados para disfarçar a origem dos recursos.

Importação de combustíveis movimentou R$ 32 bilhões

As investigações mostram que, entre 2020 e 2025, o grupo importou nafta, hidrocarbonetos e diesel que somam mais de R$ 32 bilhões. Parte desse volume foi retida em setembro, durante a Operação Cadeia de Carbono, quando quatro navios com 180 milhões de litros de combustível foram apreendidos.

Após a ação, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) interditou a refinaria por suspeitas de falsa declaração de importação, ausência de comprovação de refino e uso de aditivos não autorizados. Embora a Justiça do Rio tenha liberado o funcionamento em outubro, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou nova interdição dois dias depois.

Perdas bilionárias e impacto nos estados

Somente em São Paulo, o rombo calculado é de R$ 9,6 bilhões. “Esses caras fraudam R$ 350 milhões por mês. É como se a gente tirasse da população um hospital de médio porte a cada mês”, afirmou o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) em entrevista coletiva.

O Ministério da Fazenda também acompanha o caso. Segundo o ministro Fernando Haddad, empresas sediadas nos Estados Unidos teriam sido usadas para lavar dinheiro das operações irregulares.

As apurações continuam sob sigilo e não apontam, até o momento, envolvimento de facções criminosas. O foco permanece na cobrança dos valores devidos e na responsabilização dos envolvidos.

Com informações de Gazeta do Povo