O governo federal desembolsou R$ 787,2 milhões até o momento para a realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), que ocorre em Belém (PA) desde 10 de novembro. O valor corresponde a cerca de 79 % do orçamento total previsto, estimado em R$ 1 bilhão, segundo dados do Portal da Transparência.
Onde está o dinheiro
A Presidência da República concentra a maior fatia das despesas, com mais de R$ 698 milhões. Na sequência aparecem:
- Empresa Brasil de Comunicação (EBC) – cerca de R$ 28 milhões;
- Polícia Federal – aproximadamente R$ 27 milhões;
- Comando da Aeronáutica – R$ 10,6 milhões;
- Comandos da Marinha e do Exército – perto de R$ 5 milhões cada;
- Ministério da Cultura, Itamaraty e Fundação Universidade Federal do Piauí – perto de R$ 3 milhões cada.
Principais favorecidos
Entre os destinatários dos recursos, a Embratur lidera com mais de R$ 406 milhões. Em seguida aparecem a Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI), com R$ 329 milhões, e a UNFCCC, braço da ONU responsável pelas COPs, com R$ 38 milhões. Também receberam verbas a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística do Pará (R$ 20 milhões) e o Banco do Brasil (R$ 3,6 milhões). Outras entidades, como a Fundação Cultural e de Fomento à Pesquisa e Ensino, Premier Eventos, Tabal Britas e Transportes, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a Associação Amazônica Evangélica (AAME), aparecem na faixa de R$ 2 milhões.
Contratos sob análise do TCU
Segundo órgão que mais recebeu recursos, a OEI firmou contrato de R$ 478,3 milhões com o governo, sem licitação, por se tratar de entidade internacional. O Tribunal de Contas da União (TCU) identificou indícios de superfaturamento e solicitou esclarecimentos. A OEI declarou ter respondido a todas as demandas e afirmou que os projetos seguem acordos internacionais ratificados pelo Brasil.
Problemas de infraestrutura e segurança
Apesar do volume de recursos, participantes relatam falhas nos pavilhões desde o início do evento. Houve registros de vazamentos de água, risco de exposição elétrica — apontado pela ONU antes de um incêndio atingir um dos pavilhões na quinta-feira (20) — e planejamento inadequado do espaço.
A COP 30 está sendo realizada no Parque da Cidade, área que abrigava o antigo aeroporto de Belém, e segue até o fim de novembro.
Com informações de Gazeta do Povo