O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou nesta terça-feira (16) que a pasta examina a solicitação dos Correios para contratar um empréstimo de R$ 12 bilhões, operação que teria garantia do Tesouro Nacional. A expectativa é concluir a análise até sexta-feira (19).
Condições da operação
A estatal inicialmente pretendia captar R$ 20 bilhões, mas as negociações com um consórcio formado por Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Santander e Itaú chegaram a uma proposta de R$ 12 bilhões. Os bancos sugeriram juros equivalentes a 136% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI); o Tesouro, porém, impôs teto de 120% do CDI.
“Se a taxa fechar corretamente e o plano for validado pelo Tesouro, está feito”, disse Haddad, acrescentando que o governo não cogita, neste momento, aportar recursos próprios na empresa.
Déficit e plano de reestruturação
Os Correios acumulam déficit de R$ 6 bilhões até setembro de 2025, com projeção de chegar a R$ 10 bilhões no fim do ano. O programa de ajuste inclui ainda um plano de demissão voluntária (PDV) que pretende alcançar 15 mil funcionários até 2027.
Greve em meio às negociações
Enquanto o financiamento é discutido, sindicatos da categoria deflagraram greve por tempo indeterminado em sete estados. Entre as reivindicações estão manutenção do adicional de férias de 70%, pagamento de 200% por trabalho em fins de semana e um “vale-peru” de R$ 2,5 mil dividido em duas parcelas.
A garantia do Tesouro reduz o risco para os bancos: caso a estatal não honre a dívida, a Fazenda assume o compromisso de pagamento. O ministério, porém, insiste em limitar o custo da operação ao teto estabelecido.
Com informações de Gazeta do Povo