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Facções brasileiras usam fundos em Delaware para lavar dinheiro e simular investimento, afirma Haddad

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Brasília – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta quinta-feira (27) que organizações criminosas do Brasil têm movimentado recursos para fundos e empresas registradas nos Estados Unidos, especialmente no estado de Delaware, com o objetivo de mascarar a origem ilícita do dinheiro. Segundo ele, parte desses valores retorna ao país como se fosse investimento estrangeiro direto, numa operação que classificou como “triangulação internacional gravíssima”.

Haddad falou a jornalistas após a Receita Federal deflagrar uma operação que identificou fraude fiscal superior a R$ 26 bilhões. O principal alvo é o Grupo Refit, proprietário de uma refinaria e de uma rede de postos de combustíveis de bandeira branca, apontado como maior devedor de ICMS em São Paulo e um dos maiores do país.

De acordo com o ministro, os grupos criminosos constituem empresas em Delaware, considerado paraíso fiscal, para executar o esquema. “Eles realizam um empréstimo para esses fundos, empréstimo que a Receita suspeita que jamais será quitado, e o montante volta ao Brasil caracterizado como investimento”, explicou. A transação mais recente identificada teria movimentado R$ 1,2 bilhão.

Haddad informou que pretende estabelecer um canal direto de cooperação com autoridades norte-americanas para impedir o uso de estruturas financeiras nos EUA para lavagem de dinheiro. “Precisamos da colaboração internacional para rastrear como esses fundos estão operando”, destacou.

Além das irregularidades financeiras, a Receita identificou entrada ilegal de armas em contêineres vindos dos Estados Unidos. O ministro solicitou um relatório técnico com imagens e registros dos contêineres para reforçar o pedido de apoio ao governo norte-americano. “O trabalho conjunto é essencial para conter o fluxo de armamentos pesados e desarticular as rotas do crime transnacional”, afirmou.

Haddad defendeu que a parceria entre os dois países também contribuirá para enfraquecer organizações brasileiras que sustentam suas atividades com dinheiro desviado e acesso facilitado a armamento pesado.

Com informações de Gazeta do Povo