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Correios aprovam reestruturação, buscam empréstimo de R$ 20 bilhões e cogitam fechar 1 000 agências

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Brasília – 21 nov. 2025 – Os Correios confirmaram nesta sexta-feira (21) a aprovação de um plano de reestruturação que prevê o encerramento de até 1 000 agências consideradas deficitárias, a contratação de crédito de até R$ 20 bilhões e a venda de imóveis estimada em R$ 1,5 bilhão.

Três fases de execução

O documento, chancelado pelo conselho de administração na quarta-feira (19), foi dividido em três etapas: recuperação financeira, consolidação e crescimento. A estatal informa que a revisão do modelo de negócios é necessária diante de um prejuízo que já soma R$ 4,4 bilhões em 2025, superando o resultado negativo de todo o ano anterior.

Corte de custos e PDV

Nos próximos 12 meses, a empresa pretende focar em despesas consideradas críticas. Entre as ações previstas estão:

  • Programa de Demissão Voluntária (PDV);
  • Revisão dos gastos com o plano de saúde;
  • Exigência de 100% de adimplência de fornecedores.

Modernização e venda de ativos

A agenda inclui modernização operacional, atualização da infraestrutura de tecnologia e garantia de liquidez até 2026. A alienação de ativos, sobretudo imóveis, deve gerar cerca de R$ 1,5 bilhão.

Rede menor e foco em e-commerce

A otimização da rede pode extinguir até 1 000 unidades deficitárias, liberando recursos para ampliar serviços voltados ao comércio eletrônico e para firmar novas parcerias estratégicas. O plano também admite fusões, aquisições ou reorganizações societárias a fim de reforçar a competitividade.

Meta: voltar ao azul em 2027

Com as medidas, os Correios projetam reduzir o déficit em 2026 e retomar a lucratividade em 2027. A estatal sustenta que a reestruturação é vital para manter a atuação em todos os municípios.

Compromisso com a universalização

Embora o custo da universalização dos serviços alcance R$ 5,4 bilhões apenas no primeiro semestre de 2025, resultando em déficit líquido de R$ 4,5 bilhões, a empresa reafirma que a cobertura nacional permanece “inegociável”.

A estatal lembra operações de grande escala, como distribuição de livros didáticos, transporte de provas do Enem e envio de urnas eletrônicas a áreas remotas, além do suporte a emergências – caso das 30 000 toneladas de doações encaminhadas ao Rio Grande do Sul após enchentes e do envio de mantimentos a famílias atingidas por tornado no Paraná.

A direção afirma que trabalha com “responsabilidade e transparência” para oferecer soluções logísticas modernas e confiáveis, sustentadas pela capilaridade da marca Correios.

Com informações de Gazeta do Povo