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Correios negociam empréstimo entre R$ 12 bi e R$ 15 bi para aliviar crise financeira

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Os Correios devem concluir já na próxima semana um empréstimo estimado entre R$ 12 bilhões e R$ 15 bilhões, valor inferior aos R$ 20 bilhões previstos inicialmente no plano de reestruturação da estatal.

Segundo informações apuradas por Folha de S. Paulo e Estadão, a direção da empresa e o governo decidiram reduzir o montante para facilitar a entrada de novos bancos na operação e diminuir custos. O prazo para que as instituições financeiras confirmem participação na transação vai até sexta-feira (12).

Negociação com bancos

Na proposta original, Banco do Brasil, Citibank, BTG Pactual, ABC Brasil e Safra aceitaram conceder até R$ 20 bilhões, mas o Tesouro Nacional vetou o acordo em 2 de dezembro porque a taxa de juros chegava a 136% do CDI (aproximadamente 20% ao ano), acima do teto de 120% definido pelo comitê de garantias.

Com a intenção de fechar um valor menor, o governo solicitou a participação da Caixa Econômica Federal e recebeu sinalização de interesse de outras instituições privadas. A operação contará com garantia soberana da União, o que elimina praticamente o risco de calote para os bancos.

Pressão de caixa

A estatal acumula um déficit de R$ 6 bilhões até setembro e teme não ter recursos para pagar o 13º salário dos funcionários, cujo limite é 20 de dezembro. O presidente da Associação dos Profissionais dos Correios (ADCAP), Roberval Borges Corrêa, alertou que o pagamento depende da liberação do empréstimo.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na quarta-feira (10) que trabalha em duas frentes: a negociação bancária e, caso não haja acordo, um aporte direto do governo. Haddad descartou recorrer a crédito extraordinário fora do arcabouço fiscal.

Próximos passos

O conselho de administração dos Correios aprovou a busca pelo financiamento em 29 de novembro. Se as condições forem ajustadas para até 120% do CDI e o valor ficar próximo de R$ 12 bilhões, a operação deverá ser fechada logo após o prazo de confirmação dos bancos.

O objetivo é cobrir despesas urgentes e iniciar o plano de reestruturação previsto até 2026, enquanto se discute uma solução definitiva para o desequilíbrio financeiro da empresa.

Com informações de Gazeta do Povo