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Correios buscam socorro financeiro para honrar salários, e PT reforça defesa de mais participação estatal

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Brasília – A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos enfrenta falta de caixa para quitar o 13.º salário, com vencimento em 20 de dezembro, e a folha do mês. Para obter recursos, a estatal depende de empréstimo bancário com garantia da União, autorizado por decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicado nesta semana.

O documento permite que estatais classificadas como “não dependentes” do Tesouro, caso dos Correios, apresentem plano de reequilíbrio econômico-financeiro e, assim, evitem mudar de categoria. Se fosse reclassificada como “dependente”, a empresa teria suas contas incluídas no Orçamento da União, ampliando o déficit federal.

Prejuízos e saída de presidente

Os Correios acumulam prejuízos bilionários. Entre janeiro e dezembro, a média de encomendas transportadas recuou 16%, enquanto a taxa de entregas no prazo caiu de 98% para 77%, segundo documentos citados pelo jornal O Globo. Em julho, o então presidente da estatal, advogado ligado ao grupo Prerrogativas, pediu demissão após perdas, atribuindo o resultado negativo à gestão anterior. Lula levou dois meses para nomear substituto.

PT reforça posição contra privatizações

Em resolução política aprovada recentemente, o diretório nacional do PT reafirmou que o Estado deve conduzir o crescimento econômico e se posicionou contra a venda de estatais, bancos públicos, serviços de saúde, educação e previdência. O texto cita o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, como “principal interlocutor do projeto neoliberal” e acusa o estado de se tornar “laboratório da redução radical do papel do Estado”.

Coerente com essa linha, uma das primeiras medidas do atual governo foi retirar os Correios da lista de privatizações. Apesar disso, ainda não foram divulgados detalhes de um plano de longo prazo para a empresa.

Pressão sobre o Tesouro

No 36.º mês de governo, o Ministério da Fazenda age para evitar que o rombo dos Correios recaia diretamente sobre o Orçamento. O ministro Fernando Haddad, que considera “delírio” falar em crise fiscal, reconheceu recentemente a necessidade de “reinvenção” da estatal.

Sem a injeção emergencial de recursos, a companhia não conseguirá cumprir a folha de pagamento de dezembro. Técnicos do governo temiam autorizar empréstimo por receio de responsabilização em caso de inadimplência; o novo decreto oferece respaldo jurídico para a operação.

Com informações de Gazeta do Povo