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Contabilidade criativa adia risco de paralisação dos serviços públicos, mas dívida se aproxima de 100% do PIB

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Brasília, 18 de dezembro de 2025 – Para evitar a interrupção de serviços federais, o governo Lula adotou novas manobras fiscais que mantêm as contas no azul apenas no papel. Especialistas alertam que, apesar do alívio momentâneo, a dívida pública segue em trajetória de alta e pode alcançar 100% do Produto Interno Bruto (PIB), ampliando o risco de um “shutdown” no futuro.

Despesas obrigatórias consomem o orçamento

Gastos fixos, como aposentadorias, pensões e salários, já respondem por mais de 90% do orçamento da União. Esses desembolsos crescem acima da inflação, impulsionados pelo envelhecimento da população e pelos reajustes do salário mínimo. Sem margem para cortar despesas, o Executivo recorreu a artifícios contábeis para não descumprir a meta fiscal.

Principais ajustes contábeis

Entre as medidas adotadas estão a postergação do pagamento de precatórios e a exclusão de grandes investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do cálculo oficial das contas públicas. Na prática, os valores continuam sendo gastos, mas ficam fora do resultado primário, criando a impressão de equilíbrio fiscal.

Como funciona o risco de “shutdown”

O termo se refere à paralisação de serviços não obrigatórios quando acaba o dinheiro destinado a despesas discricionárias, como combustível de viaturas, energia elétrica em ministérios ou material hospitalar. Mesmo que salários sejam pagos, a máquina pública deixa de operar sem esses recursos.

Dívida cresce por déficit e juros elevados

A dívida pública avança por causa do déficit persistente – o governo ainda gasta mais do que arrecada – e pelos altos juros pagos para se financiar, resultado da desconfiança do mercado. Os encargos aumentam o estoque da dívida ano a ano, formando um efeito “bola de neve”.

Reformas são apontadas como saída

Economistas defendem mudanças que limitem o crescimento das despesas obrigatórias, como a desvinculação de benefícios sociais do reajuste do salário mínimo. O Planalto, contudo, evita propostas consideradas impopulares e aposta na expansão da economia para reequilibrar as contas, estratégia vista como arriscada por analistas.

Sem alterações estruturais, o uso recorrente de “contabilidade criativa” tende a apenas adiar um eventual colapso fiscal, avaliam especialistas.

Com informações de Gazeta do Povo