Brasília, 28 nov. 2025 – O Conselho de Administração dos Correios deu sinal verde nesta sexta-feira (28) para a contratação de um empréstimo de R$ 20 bilhões, medida considerada essencial para a primeira etapa do Plano de Reestruturação da estatal.
Segundo comunicado da empresa, a operação contará com garantia da União e depende agora da análise da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), responsável por autorizar transações que utilizem o respaldo federal. Com a garantia do Tesouro, o risco de inadimplência aos bancos participantes é praticamente nulo.
Condições ainda em negociação
A companhia informou que os detalhes financeiros estão sendo finalizados com as instituições envolvidas e, por enquanto, não serão divulgados. A estatal prometeu publicar todos os dados da operação em seus canais oficiais assim que forem ratificados.
Sindicato de bancos sem a Caixa
Conforme apurado pela Folha de S. Paulo, a proposta foi apresentada por um sindicato formado por Banco do Brasil, Citibank, BTG Pactual, ABC Brasil e Safra. A Caixa Econômica Federal, que participou das negociações iniciais, optou por deixar o consórcio.
Os termos oferecidos foram apontados como mais favoráveis do que os discutidos anteriormente, embora o custo da dívida permaneça elevado — em torno de 136% do CDI. A retirada de exigências extras, como garantias adicionais em recebíveis futuros, facilitou a aprovação interna.
Rombo triplica em 2025
O pedido de crédito surge em meio a uma crise sem precedentes. De janeiro a setembro de 2025, os Correios acumularam prejuízo de R$ 6 bilhões, quase três vezes o déficit registrado no mesmo período de 2024.
A deterioração foi atribuída à queda de receita, especialmente nos serviços internacionais, ao aumento de despesas operacionais e ao avanço dos passivos judiciais trabalhistas. A receita líquida encolheu de R$ 14,1 bilhões para R$ 12,3 bilhões, enquanto gastos com precatórios e Requisições de Pequeno Valor saltaram de R$ 483,6 milhões para R$ 2,1 bilhões na comparação anual.
Três fases de recuperação
O plano de recuperação da estatal se divide em três etapas:
- Estabilização (2025) – uso do empréstimo para recompor liquidez;
- Modernização (2026-2027) – investimentos em tecnologia, reorganização de unidades ineficientes e contenção do déficit do Postal Saúde;
- Competitividade (a partir de 2027) – busca de parcerias estratégicas e fortalecimento da atuação no mercado logístico.
A empresa afirmou que novas informações sobre o andamento do financiamento e sobre cada fase do plano serão disponibilizadas oportunamente.
Com informações de Gazeta do Povo