Cinco instituições financeiras — Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Santander, Itaú e Bradesco — apresentaram proposta para emprestar R$ 12 bilhões aos Correios, operação que conta com garantia do Tesouro Nacional. O limite de custo fixado pelo governo é de 120% ao ano, porcentual definido pelo comitê de garantias do Tesouro.
Segundo informações publicadas pelo jornal “O Globo”, a estatal considera a liberação dos recursos urgente e espera concluir a negociação até esta sexta-feira (13). O valor solicitado inicialmente pela empresa era maior, de R$ 20 bilhões, destinado a financiar o programa de demissão voluntária e outras ações de saneamento. Como não alcançou o montante pretendido, a companhia admite realizar mais de uma rodada de captação.
Primeira tentativa barrada
Uma oferta anterior, que cobria a totalidade dos R$ 20 bilhões, chegou a contar com Banco do Brasil, Citibank, BTG Pactual, ABC Brasil e Safra. No entanto, o Tesouro vetou o contrato em 2 de dezembro por considerar elevado o juro de 136% do CDI — cerca de 20% ao ano — acima do teto de 120% estipulado. O conselho de administração dos Correios aprovara a tomada desse empréstimo em 29 de novembro, mas a decisão precisou ser revista após o parecer negativo do governo.
Situação financeira delicada
Os Correios registraram prejuízo de R$ 4,4 bilhões no primeiro semestre de 2025, superando o resultado negativo de todo o ano anterior, que foi de R$ 2,6 bilhões. A receita caiu 9,5% em comparação ao mesmo período de 2024, somando R$ 8,9 bilhões, enquanto as despesas administrativas e financeiras alcançaram R$ 13,4 bilhões. Mantido o ritmo, o déficit pode chegar a R$ 8 bilhões até o fim do ano.
Diante do cenário, o Ministério da Fazenda classificou a situação da estatal como preocupante. O ministro Fernando Haddad afirmou que o governo acompanha de perto a saúde financeira da empresa, responsável por serviços postais em todo o país.
Com informações de Gazeta do Povo