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Câmara aprova isenção de IR para salários de até R$ 5 mil e aumenta imposto sobre alta renda

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A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta quarta-feira (1.º) o Projeto de Lei 1087/2025, que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) para quem ganha até R$ 5 mil por mês e eleva a cobrança sobre as rendas mais altas. A proposta, enviada pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), recebeu 493 votos favoráveis e nenhum contrário e agora segue para análise do Senado.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), classificou a medida como “um alívio no bolso dos trabalhadores”. Segundo o Palácio do Planalto, cerca de 16 milhões de contribuintes deixarão de pagar IRPF caso o texto vire lei.

Principais pontos do projeto

Isenção e descontos progressivos
• Isenção total para rendimentos de até R$ 5.000.
• Descontos graduais para salários entre R$ 5.001 e R$ 7.350.
• Acima de R$ 7.350, permanece a tabela atual.

Tributação da alta renda
• Implantação do Imposto de Renda da Pessoa Física Mínimo (IRPFM), de 0% a 10%, para remunerações de R$ 50 mil a R$ 100 mil mensais; acima desse valor incide a alíquota cheia.
• Lucros e dividendos acima de R$ 50 mil por mês passarão a ser tributados em 10%, retidos na fonte — isenção que vigorava desde 1995.

Ajustes feitos pelo relator

O relator Arthur Lira (PP-AL) anunciou alterações pontuais antes da votação:

  • Bolsa do Prouni considerada como imposto pago no cálculo da alíquota efetiva de faculdades aderentes, evitando impacto na tributação mínima.
  • Repasse trimestral a municípios que perderem arrecadação, efetuado no mês subsequente.
  • Lucros e dividendos apurados até 2025 seguem isentos se a distribuição for aprovada até 31/12/2025 e concluída até 2028.
  • Emolumentos repassados por cartórios não integrarão a base de cálculo da tributação mínima.

Negociações e impasses

A compensação a estados e municípios foi um dos principais temas de debate. O texto prevê reposição por meio do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Motta chegou a suspender a sessão após divergências sobre emendas que buscavam corrigir a tabela do IR pelo IPCA, apresentadas por PSB e Novo. Após ajuste no parecer e retirada das emendas, a votação foi retomada.

Próximos passos

A expectativa é de que o Senado aprecie a matéria com celeridade. Em setembro, a Comissão de Assuntos Econômicos já havia aprovado proposta semelhante (PL 1952/2019), o que pode facilitar a tramitação.

Com informações de Gazeta do Povo