O Banco Central do Brasil negou, nesta quarta-feira, 3 de setembro de 2025, o pedido do Banco de Brasília (BRB) para comprar o Banco Master, operação anunciada em março deste ano por cerca de R$ 2 bilhões.
A decisão foi recomendada pelo diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução da autarquia, Renato Dias de Brito Gomes, após análise que se estendeu por pouco mais de cinco meses.
Pelo acordo proposto, o BRB adquiriria 49% das ações ordinárias, 100% das preferenciais e 58% do capital total do Master. O negócio já contava com aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e do governo do Distrito Federal, controlador do BRB.
Segundo o Banco Central, fragilidades identificadas na estrutura da operação e riscos para o sistema financeiro motivaram o indeferimento. Durante a avaliação, o órgão também considerou a redução do perímetro da transação, que passou de R$ 48 bilhões para cerca de R$ 24 bilhões, e questionou a capacidade financeira do BRB para sustentar a nova estrutura.
Em nota, o BRB informou ter solicitado acesso à íntegra da decisão para analisar os fundamentos e estudar alternativas. O comunicado foi assinado pelo diretor-executivo de Finanças e Controladoria e diretor de Relações com Investidores, Dario Oswaldo Garcia Junior. A instituição reafirmou interesse na aquisição e disse que manterá acionistas e o mercado atualizados quanto a possíveis desdobramentos.
O Banco Master também aguarda o documento completo do Banco Central para avaliar a situação. A instituição destacou que segue confiante em sua estratégia, que inclui expansão no crédito e o banco digital Will Bank.

Imagem: Paulo H. Carvalho
Com o veto, aumenta a chance de intervenção do Banco Central no Master. O banco deverá apresentar um plano de trabalho à autoridade monetária, enquanto o BRB estuda apresentar nova proposta.
Fundado em 1974 e transformado em banco em 1990, o Master vem ampliando suas operações desde 2018.
Com informações de Gazeta do Povo