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Indústria automotiva brasileira corre risco de parar em até três semanas por falta de semicondutores

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São Paulo, 23 de outubro de 2025 – A produção de veículos no Brasil pode ser completamente interrompida dentro de duas a três semanas devido à escassez global de semicondutores, segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Igor Calvet.

De acordo com o dirigente, os estoques de chips importados estão no nível mínimo e o fornecimento corre risco de cessar. “Estamos recebendo notificações sobre uma iminente interrupção de peças. A nossa indústria pode começar a parar nas próximas duas ou três semanas”, afirmou Calvet em entrevista publicada nesta quinta-feira (23).

Disputa internacional trava exportações

A escassez tem origem na tensão entre China, Estados Unidos e Europa. Em 12 de outubro, o governo da Holanda assumiu o controle da fabricante de semicondutores Nexperia, pertencente ao grupo chinês Wingtech, alegando motivos de segurança nacional e afastando o presidente da empresa. A medida, apoiada por Washington, provocou reação imediata de Pequim, que passou a restringir a exportação de componentes produzidos pela Nexperia na China.

O bloqueio afeta toda a cadeia global que depende desses chips, incluindo montadoras e fabricantes de eletrônicos brasileiras que utilizam componentes com tecnologia da Nexperia.

Setor pede ação do governo

Calvet informou ter solicitado intervenção do governo federal. Ele já procurou o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, para articular negociação direta com a China. “Esperamos uma ação rápida para evitar demissões e prejuízos bilionários”, destacou.

Os veículos modernos utilizam entre 1 mil e 3 mil chips. A produção desses componentes está concentrada em países asiáticos como Taiwan, Coreia do Sul e China, o que torna o Brasil altamente dependente de importações.

Até o momento, o MDIC não se pronunciou sobre as tratativas para impedir a paralisação das fábricas.

Com informações de Gazeta do Povo