Brasília, 31 de julho de 2025 – O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu afirmou que setores do mercado financeiro brasileiro aderiram à agenda do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e passaram a defender possíveis sanções econômicas contra o Brasil com o objetivo de atingir o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A acusação foi feita em artigo publicado na terça-feira (30) no site da CNN Brasil. No texto, Dirceu sustenta que a elite ligada à região da Faria Lima, em São Paulo, “rendeu-se à retórica trumpista” e estaria endossando, sem questionamentos, medidas unilaterais de pressão como barreiras comerciais e outras restrições impostas por Washington.
Críticas à “submissão” do mercado
Segundo o ex-ministro, investidores, analistas e empresários demonstram “submissão servil” aos interesses norte-americanos, postura que ele comparou aos acordos de Munique de 1938. Dirceu argumenta que esses grupos tentam responsabilizar Lula pelo aumento das tensões diplomáticas com os EUA, ignorando o que chama de hostilidade do governo Trump e articulações de opositores brasileiros em território americano.
Ele citou nominalmente a XP Investimentos como exemplo de instituição que, na sua avaliação, vem difundindo a ideia de que o presidente brasileiro seria um fator de instabilidade, em vez de reconhecer “provocações externas”.
Defesa da política externa
Dirceu também acusou o mercado de buscar deslegitimar a política externa do Planalto, que, de acordo com ele, se baseia na autodeterminação dos povos, na multipolaridade e na não subordinação a potências estrangeiras. Para o ex-ministro, mesmo sob pressão interna e externa, Lula mantém uma postura diplomática “coerente com a Constituição”, dialogando com diversos blocos internacionais e preservando canais institucionais.

Imagem: Edilson Rodrigues via gazetadopovo.com.br
Comparações históricas e confiança em Lula
No artigo, o petista classifica a adesão da elite financeira brasileira à agenda de Trump como um “episódio de desonra” e compara o comportamento desses agentes ao de países europeus que, segundo ele, se submeteram a interesses norte-americanos em negociações comerciais. Ao final, Dirceu reafirma confiança no presidente e acusa adversários de conspirarem contra a soberania nacional por conveniência política e financeira.
Com informações de Gazeta do Povo