Home / Economia / Deputados apresentam projeto que impõe teto para aumentos do IOF

Deputados apresentam projeto que impõe teto para aumentos do IOF

rss featured 13924 1753276195

Brasília, 22 de julho de 2025 (17h09) – A bancada do Partido Novo protocolou na Câmara dos Deputados um projeto de lei que fixa limites máximos para as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e obriga o Poder Executivo a obter autorização do Congresso para qualquer elevação acima desses tetos.

O texto, assinado pelo deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) e outros parlamentares da legenda, surge após a disputa institucional em torno do imposto. Em junho, o Congresso derrubou um decreto presidencial que aumentava as alíquotas; o governo recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF), que validou a medida em 14 de julho, permitindo inclusive a cobrança retroativa do tributo.

Barreira a reajustes por decreto

Segundo a proposta, as atuais alíquotas do IOF passariam a ser o teto permitido. Qualquer majoração além desse patamar somente poderia ocorrer por meio de lei específica, preservando o princípio da legalidade e o processo legislativo regular. A iniciativa busca, de acordo com van Hattem, “reforçar a função regulatória do IOF e impedir seu uso como instrumento de arrecadação de curto prazo”.

Impacto sobre o crédito

Especialistas recordam que o IOF incide diretamente em operações de crédito de pessoas físicas e jurídicas. Hoje, parcelas no cartão, empréstimos pessoais e cheque especial são taxados em 0,0082% ao dia, além de uma alíquota fixa de 0,38%. Para empresas, soma-se a alíquota fixa de 0,95%, encarecendo o capital de giro. Microempresas e MEIs têm alíquota reduzida de 0,00274% ao dia em operações de até R$ 30 mil.

Operações em moeda estrangeira — como compras no exterior, saques internacionais e remessas pessoais — pagam 3,5%. A tributarista Roberta de Amorim Dutra observa que o imposto é regressivo: “Pesa proporcionalmente mais sobre quem tem menor renda, justamente quem depende de crédito”.

Próximos passos

O projeto será distribuído às comissões da Câmara. Caso aprovado, ainda precisará passar pelo Senado e pela sanção presidencial. Os autores afirmam que a medida dará previsibilidade ao ambiente de negócios e evitará “surpresas fiscais” para consumidores, empresas e investidores.

Com informações de Gazeta do Povo