O avanço do número de evangélicos no Brasil está remodelando práticas culturais e decisões de compra em diversos setores da economia. Dados do Censo 2022 do IBGE mostram que 26,9% dos brasileiros se declaram evangélicos, mais que o triplo do registrado em 1991 (9%).
Pesquisa mapeia impactos no consumo
O estudo “Cultura, Consumo e Transformação: O Impacto do Crescimento Evangélico no Brasil”, elaborado pela agência Artplan, indica que empresas têm ajustado produtos, linguagem e canais de venda para dialogar com esse público. Jovens da Geração Z representam 47% da juventude evangélica e são apontados como os principais vetores de mudança em áreas como moda, música e entretenimento.
Juventude impulsiona novas demandas
Entre 12 e 19 anos, os evangélicos já superam em 32% o total de católicos na mesma faixa etária. Segundo o pastor Sérgio Junger, presidente da Associação dos Capelães do Espírito Santo, a adesão à fé influencia escolhas cotidianas, desde vestuário mais discreto até a rejeição a bebidas alcoólicas.
Negócios se reinventam
O cenário tem levado ao surgimento de cafeterias temáticas, restaurantes voltados ao público cristão, plataformas de streaming segmentadas e até petshops de inspiração religiosa. Lojas de roupa criam linhas específicas de “moda cristã”, acompanhadas de hashtags como #ModaCristã, #LookProCulto e #LookCristão.
Cultura digital e entretenimento
A pesquisa aponta crescimento de 46% no consumo de música gospel nas plataformas de streaming. No TikTok, a hashtag #TikTokCristão ganha terreno, enquanto o movimento “Café Com Deus Pai” ultrapassa 1 milhão de postagens. Devoções diárias que unem rotina e espiritualidade geraram mais de 56 mil conversas nas redes em 2024.

Imagem: Reprodução via folhagospel.com
Igrejas como espaços de convivência
Além de celebrações religiosas, igrejas evangélicas passaram a oferecer cafés, eventos esportivos e shows, fortalecendo seu papel de centros comunitários. O pastor Bruno Jannuzzi, da Comunidade Evangélica Jesus Vive, no Rio de Janeiro, avalia que o fenômeno é sociológico: “Qualquer cultura em ascensão arrasta a sociedade na sua direção”.
O crescimento ocorre tanto em grandes capitais quanto em cidades médias, exigindo estratégias de comunicação que respeitem especificidades regionais. Marcas que entendem hábitos e crenças desse grupo saem na frente para estabelecer vínculos duradouros com um segmento populacional em franca expansão.
Com informações de Folha Gospel