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Ex-secretário dos EUA diz que CIA alertou governo Bolsonaro para não contestar urnas de 2022

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Brasília — O ex-secretário do Departamento de Estado dos Estados Unidos Mike Benz afirmou nesta quarta-feira (6) que a Agência Central de Inteligência (CIA) advertiu integrantes do governo Jair Bolsonaro (PL) a não questionar o resultado das eleições presidenciais de 2022.

A declaração foi feita durante audiência pública na Câmara dos Deputados. Segundo Benz, a interferência norte-americana teria como objetivo impedir a reeleição de Bolsonaro.

Financiamento a entidades brasileiras

De acordo com o ex-funcionário da primeira gestão de Donald Trump, servidores do governo dos EUA utilizaram a Agência para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) para financiar organizações brasileiras responsáveis por “promover censura” contra a direita entre 2019 e 2022. Ele citou a Agência Lupa, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e o consórcio Projeto Comprova entre os beneficiados.

Benz afirmou que a Usaid ofereceu inclusive “aulas de como censurar a internet brasileira”. O ex-secretário classificou as agências de checagem como “marionetes americanas”.

Ligação com o STF

O ex-secretário declarou ainda que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, seria o elo entre autoridades brasileiras e o National Endowment for Democracy (NED), entidade que, segundo ele, era controlada pelo Partido Democrata nos Estados Unidos.

Durante a audiência, Benz exibiu reportagens da imprensa norte-americana, documentos públicos do governo dos EUA e um vídeo em que Barroso comenta a parceria firmada entre o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o WhatsApp para as eleições de 2022.

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Imagem: Renato Araújo via gazetadopovo.com.br

Reações no Congresso

O deputado Felipe Barros (PL-RJ), um dos organizadores da audiência, classificou as alegações de Benz como “atentado à soberania” e defendeu a abertura de investigação sobre eventual interferência estrangeira no pleito brasileiro.

O STF foi procurado para comentar as declarações, mas não havia se manifestado até a publicação desta reportagem.

Com informações de Gazeta do Povo