O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tornou público nesta quarta-feira (23) um relatório de inteligência que estava sob sigilo e que, segundo a atual administração, apresenta novas evidências de uma suposta conspiração liderada pelo ex-presidente Barack Obama para vincular Trump à Rússia e deslegitimar o resultado das eleições de 2016.
O documento foi elaborado pelo Comitê de Inteligência da Câmara dos Representantes em 2020 e reexamina a ingerência russa no pleito de 2016. A diretora de Inteligência Nacional, Tulsi Gabbard, afirmou em entrevista coletiva na Casa Branca que o material seria uma prova “irrefutável” de que Obama e sua equipe de Segurança Nacional criaram deliberadamente uma narrativa sobre a interferência de Moscou para beneficiar Trump.
De acordo com Gabbard, a avaliação de inteligência divulgada na época foi “fabricada a partir de fontes de baixa qualidade” e teria omitido evidências que contrariavam a tese de benefício eleitoral ao republicano. Ela sustentou que o objetivo teria sido “subverter a vontade do povo americano” e classificou a investigação sobre a chamada “trama russa” como uma “farsa”.
A diretora acusou ainda a ex-secretária de Estado Hillary Clinton, o ex-diretor de Inteligência Nacional James Clapper e o ex-diretor do FBI James Comey de terem sido cúmplices no processo. Na semana anterior, Gabbard já havia liberado um primeiro conjunto de documentos desclassificados e defendido o indiciamento de ex-autoridades envolvidas.
Perguntada sobre a ausência dessas informações durante o primeiro mandato de Trump (2017-2021), Gabbard respondeu que não poderia falar pelo período anterior, mas que o tema passou a ser investigado logo após o retorno do republicano à Casa Branca em janeiro.

Imagem: Al Drago via gazetadopovo.com.br
As novas acusações surgem enquanto Trump enfrenta questionamentos sobre antigas relações com o empresário Jeffrey Epstein; a Justiça norte-americana rejeitou um pedido do governo para divulgar depoimentos ligados ao caso.
Em resposta, o ex-presidente Barack Obama, por meio de seu porta-voz Patrick Rodenbush, classificou as declarações de Trump como “bizarras” e “ultrajantes”. Rodenbush afirmou que, normalmente, o escritório de Obama não se pronuncia sobre “desinformação constante” proveniente da Casa Branca, mas disse que as alegações mereceram resposta por serem “ridículas” e uma “tentativa fraca de distração”. Ele acrescentou que nada do que foi liberado recentemente compromete a conclusão, amplamente aceita, de que a Rússia tentou influenciar as eleições de 2016, embora não tenha conseguido manipular votos.
Com informações de Gazeta do Povo