A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi detida nesta terça-feira (29) em Roma, na Itália, em cumprimento a uma ordem de prisão expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 7 de junho. A decisão determina a execução imediata de pena de 10 anos de reclusão, inicialmente em regime fechado.
Segundo comunicado da Polícia Federal (PF), “autoridades italianas prenderam na tarde desta terça-feira (29/7), em Roma, uma brasileira que se encontrava foragida”. A corporação informou que a captura foi resultado de cooperação entre PF, Interpol e agências de segurança italianas. O nome da parlamentar não foi citado na nota, mas a PF adiantou que a pessoa detida responderá a processo de extradição conforme a legislação italiana e acordos internacionais.
Busca em Roma
Mais cedo, o deputado italiano Angelo Bonelli declarou ter localizado o endereço onde Zambelli estaria hospedada na capital italiana e repassou as informações à polícia local. “Carla Zambelli está em um apartamento em Roma. Forneci o endereço à polícia”, publicou Bonelli na rede social X.
A parlamentar deixou o Brasil em maio. Inicialmente viajou para os Estados Unidos e, em seguida, mudou-se para a Itália, onde possui cidadania. Em 3 de junho, ela anunciou publicamente que estava fora do país; no dia seguinte, a PF solicitou à Interpol a inclusão de seu nome na Difusão Vermelha, lista que alerta 196 países sobre procurados internacionais.
Defesa e reação
Em entrevista à CNN Brasil, Zambelli afirmou que, por ter cidadania italiana, não poderia ser extraditada. A declaração motivou Bonelli a contatar as autoridades na Itália. Nas redes sociais, o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), disse que a colega “apresentou-se espontaneamente” para solicitar asilo político e evitar a extradição.
Condenação no STF
A Primeira Turma do STF condenou Zambelli por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A sentença estabeleceu, além da pena de 10 anos, a perda do mandato parlamentar e multa de R$ 2 milhões por danos materiais e morais. O hacker Walter Delgatti Neto, acusado de atuar a mando da deputada, recebeu pena de 8 anos e 3 meses de prisão e foi declarado inelegível pelo mesmo período que Zambelli: oito anos a partir da condenação.

Imagem: Lula Marques via gazetadopovo.com.br
Disputa sobre o mandato
O ministro Alexandre de Moraes sustentou que a deputada deve perder o mandato por ausência superior a 120 dias, conforme a Constituição. Inicialmente, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse que a Mesa Diretora acataria a decisão, mas depois recuou e anunciou que o tema será levado ao Plenário.
A extradição de Zambelli dependerá agora dos trâmites judiciais italianos. Até a conclusão desses procedimentos, ela permanecerá sob custódia na Itália.
Com informações de Gazeta do Povo