O Comitê de Supervisão da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos intimou o Departamento de Justiça (DOJ) e dez ex-autoridades de governos democratas e republicanos, entre elas o ex-presidente Bill Clinton e a ex-secretária de Estado Hillary Clinton, para prestar depoimentos a portas fechadas sobre o caso do financista Jeffrey Epstein.
A decisão foi comunicada em 5 de agosto de 2025. Segundo a emissora CNN, o comitê, controlado por parlamentares republicanos, exige que o DOJ entregue ao Congresso todos os arquivos relacionados a Epstein que estejam sob sua guarda, com os nomes das vítimas ocultados. Também foram solicitadas mensagens trocadas entre ex-membros do governo Joe Biden (2021-2025) e o Departamento de Justiça acerca do tema.
Dez intimados
Os depoimentos deverão ocorrer entre agosto e outubro. Além de Bill e Hillary Clinton, receberam intimações os ex-procuradores-gerais Merrick Garland, William Barr, Jeff Sessions, Loretta Lynch, Eric Holder e Alberto Gonzales; o ex-diretor do FBI James Comey; e o ex-conselheiro especial e ex-diretor do FBI Robert Mueller III.
Referências anteriores ao ex-presidente
Bill Clinton já havia sido citado em documentos do processo. Em janeiro de 2024, registros tornados públicos apontaram o relato de uma testemunha segundo a qual o ex-presidente teria pressionado a revista Vanity Fair para não publicar reportagens sobre crimes atribuídos a Epstein. Na ocasião, Graydon Carter, editor da publicação entre 1992 e 2017, negou ter sofrido qualquer tipo de pressão.
Repercussões políticas
O episódio ocorre em meio a críticas dirigidas ao então presidente Donald Trump por parte de sua base. O governo confirmou em 2019 que a morte de Epstein, enquanto aguardava julgamento por tráfico sexual de menores, foi suicídio e afirmou que não existe lista de clientes famosos do financista, contrariando teorias difundidas por apoiadores de Trump.
Imagem: MARK MARLOW via gazetadopovo.com.br
No mês passado, o republicano abriu processo contra o jornal The Wall Street Journal. Reportagem do veículo afirmou que, em 2003, Trump enviou a Epstein uma carta de aniversário com o desenho de uma mulher nua e que, em maio, a procuradora-geral Pam Bondi teria informado ao presidente que seu nome aparecia nos arquivos do caso. Trump negou as acusações e classificou a cobertura como tentativa da oposição democrata de enfraquecê-lo politicamente.
Os depoimentos marcados pelo comitê deverão lançar nova luz sobre a atuação de autoridades de diferentes administrações no acompanhamento das acusações contra Jeffrey Epstein.
Com informações de Gazeta do Povo
