Nova York (EUA) – O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, anunciou nesta segunda-feira, 28 de julho de 2025, um pacote de sanções diplomáticas, comerciais e militares contra Israel, durante conferência na sede das Nações Unidas. Segundo o chanceler, as medidas respondem ao que o governo brasileiro classifica como “genocídio” cometido por Israel na Faixa de Gaza.
Principais medidas divulgadas
De acordo com Vieira, o Brasil adotará as seguintes ações:
• Suspensão de exportações de material de defesa para Israel, em conformidade com o Tratado sobre o Comércio de Armas;
• Investigação e controle de importações provenientes de assentamentos israelenses considerados ilegais na Cisjordânia e em demais territórios ocupados;
• Intervenção formal no processo aberto pela África do Sul na Corte Internacional de Justiça (CIJ), com base na Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio;
• Apoio à criação de uma missão internacional de verificação liderada pela ONU, inspirada no antigo Comitê Especial contra o Apartheid;
• Assistência técnica à Autoridade Palestina em áreas estratégicas de construção estatal;
• Manutenção do apoio financeiro e político à UNRWA, incluindo a presidência da Comissão Consultiva da agência;
• Garantia de distinção entre críticas às políticas israelenses e manifestações de antissemitismo, seguindo recomendações de relatores especiais das Nações Unidas.
Contexto das tensões bilaterais
O anúncio ocorre após o governo brasileiro já ter suspendido compras militares de origem israelense, chamado de volta o embaixador em Tel Aviv e adiado a aceitação de um novo representante diplomático de Israel em Brasília.
No discurso, Mauro Vieira reiterou que “invocar a lei internacional não é suficiente” diante de alegações críveis de genocídio e afirmou que “o sofrimento do povo palestino é o teste moral mais urgente de nosso tempo”.
Saída da IHRA e críticas da OEA
Na semana anterior, o Brasil deixou a Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA). A decisão, segundo o Itamaraty, deve-se à instrumentalização política do organismo. A Organização dos Estados Americanos (OEA) classificou a retirada como um equívoco, ressaltando a relevância da entidade no combate ao antissemitismo.

Imagem: Lula Marques via gazetadopovo.com.br
Além disso, o governo formalizou sua entrada na ação movida pela África do Sul contra Israel na CIJ, reforçando a acusação de genocídio contra o povo palestino.
O chanceler concluiu que o Brasil continuará trabalhando para viabilizar a solução de dois Estados e incentivou países que ainda não reconhecem a Palestina a se juntarem aos 147 membros da ONU que já o fizeram.
Com informações de Gazeta do Povo