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Alckmin adota linha pragmática e prioriza negociação contra tarifaço dos EUA

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BRASÍLIA, 09 de agosto de 2025 – A resposta do governo brasileiro ao aumento de tarifas imposto pelos Estados Unidos vem sendo conduzida com foco na negociação, capitaneada pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB). Enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mantém discursos duros, a estratégia oficial busca ampliar isenções e evitar retaliações.

Negociar, não retaliar

Alckmin afirmou em São Paulo que elevação de tarifas resulta em “jogo de perde-perde”, pois o custo recai sobre o consumidor. Para o vice-presidente, a taxação americana é “extremamente injusta” e “juridicamente fraca”.

Segundo o ministério, 45 % dos setores exportadores brasileiros já foram excluídos do tarifaço. Entre os produtos poupados estão aviões, suco de laranja e celulose. O governo tenta retirar o restante da lista e prepara um pacote de socorro aos exportadores, a ser divulgado em breve por Lula.

Medidas de alívio

Empresas mais afetadas poderão ter acesso a:

  • linhas de crédito com juros subsidiados;
  • adiamento de tributos e contribuições federais;
  • compras públicas de mercadorias perecíveis.

As condições serão definidas após análise caso a caso pela equipe econômica.

Tarifas e disparidades

A tarifa média brasileira sobre produtos dos EUA é de 2,7 %, com 80 % das mercadorias entrando sem imposto. No novo pacote americano, as alíquotas podem ultrapassar 30 %, de acordo com o Itaú.

Exceções calculadas pelos EUA

Washington também adotou pragmatismo ao poupar 694 itens – 45 % do valor exportado pelo Brasil em 2024 – para proteger suas cadeias produtivas. Derivados de petróleo, pasta química de madeira, ferro fundido bruto, aeronaves e suco de laranja ficaram fora da sobretaxa.

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Imagem: Cadu Gomes via gazetadopovo.com.br

Petrobras e Embraer estão entre as maiores beneficiadas. A fabricante de aviões obteve isenção para componentes específicos graças à dependência americana e à articulação da empresa. No caso do suco de laranja, a ausência de fornecedores alternativos garantiu a manutenção do acesso brasileiro.

Possíveis temas futuros

Além das tarifas, Brasília pretende discutir com Washington regulação de big techs, acesso a minerais críticos e política de data centers, buscando uma relação comercial mais equilibrada.

Impacto projetado

Estudo da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) aponta que, no curto prazo (até dois anos), o PIB brasileiro pode encolher R$ 25,8 bilhões, com perda de 146 mil empregos e redução de R$ 2,74 bilhões na renda das famílias. Em horizonte de cinco a dez anos, as perdas podem chegar a R$ 110 bilhões, 618 mil vagas e R$ 11,56 bilhões a menos em renda familiar.

Com informações de Gazeta do Povo