Pelo menos 99 opositores ao governo venezuelano foram libertados nesta semana, confirmou o Ministério para o Serviço Penitenciário na noite de quinta-feira (25). Entre os beneficiados estão adolescentes detidos depois das eleições presidenciais de 28 de julho de 2024, marcadas por denúncias de fraude que garantiram a reeleição de Nicolás Maduro.
Em comunicado divulgado nas redes sociais, a pasta afirmou que os prisioneiros eram investigados por suposta participação em “atos de violência e incitação ao ódio” ocorridos durante os protestos que se seguiram ao pleito. Segundo o governo, cada caso foi “avaliado individualmente” e resultou na concessão de medidas cautelares que permitiram a saída dos detentos.
De acordo com o Comitê de Mães em Defesa da Verdade, organização que acompanha denúncias de perseguição política, os homens estavam recolhidos na penitenciária de Tocorón, no estado de Aragua. As mulheres cumpriam pena no Centro Penitenciário Feminino de La Crisálida, em Miranda, enquanto os menores de idade eram mantidos em unidades de detenção no estado de La Guaira.
A repressão pós-eleitoral de 2024 resultou na prisão de mais de 2.400 pessoas, número divulgado pelo Ministério Público. A maioria já foi libertada, embora ainda pese sobre elas acusações de “terrorismo” e “vandalismo”. Organizações civis e partidos de oposição contestam a legalidade dessas detenções.
Monitoramento da ONG Foro Penal aponta que 902 presos políticos permanecem atrás das grades na Venezuela. O levantamento, com data de corte em 15 de dezembro, indica que grande parte dessas prisões ocorreu após as eleições do ano passado.
As liberações anunciadas nesta semana ocorrem em meio à pressão interna e externa para que o governo chavista avance em negociações com a oposição e alivie a perseguição a críticos do regime.
Com informações de Gazeta do Povo