Home / Política / Toffoli ignora pedido da PGR e confirma acareação sobre supostas irregularidades no Banco Master

Toffoli ignora pedido da PGR e confirma acareação sobre supostas irregularidades no Banco Master

ocrente 1766675088
Spread the love

Brasília — O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), manteve a acareação marcada para a próxima terça-feira (30) no inquérito que apura suspeitas de fraudes envolvendo o Banco Master, apesar de solicitação da Procuradoria-Geral da República (PGR) para cancelar o ato.

A diligência, determinada de ofício por Toffoli e mantida sob sigilo, colocará frente a frente:

  • Daniel Vorcaro, proprietário do Banco Master;
  • Paulo Henrique Costa, ex-presidente do Banco de Brasília (BRB);
  • Ailton de Aquino Santos, diretor de Fiscalização do Banco Central (BC).

Pedido da PGR rejeitado

A Procuradoria argumentou que a realização da acareação nesta fase inicial poderia prejudicar a condução das investigações. Toffoli, porém, decidiu seguir com o procedimento, que busca confrontar as versões sobre a tentativa de venda do Banco Master ao BRB — operação barrada pelo Banco Central.

Crise e investigação

O Banco Master foi liquidado pelo BC após mais de um ano de dificuldades financeiras. No mesmo dia da liquidação, Vorcaro foi preso pela Polícia Federal durante a Operação Compliance Zero, que apura um esquema de emissão e negociação de títulos de crédito sem lastro. Segundo a PF, os prejuízos às instituições compradoras, entre elas o BRB, podem chegar a R$ 12,2 bilhões.

O caso subiu ao STF porque documentos apreendidos mencionaram um deputado federal, atraindo a competência da Corte pelo foro por prerrogativa de função. Dias Toffoli foi sorteado relator e impôs sigilo máximo ao processo.

Moraes citado em tratativas

Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo revelou que o ministro Alexandre de Moraes teria procurado o Banco Central em busca de informações sobre a operação que poderia salvar o Banco Master. De acordo com o veículo, Moraes teria telefonado seis vezes, em um único dia, ao presidente do BC, Gabriel Galípolo. A esposa do ministro, Viviane Moraes, possuía contrato de R$ 129 milhões para representar a instituição de Vorcaro em Brasília. Moraes nega ter feito as ligações.

O ex-procurador Deltan Dallagnol classificou o episódio como “o mais grave escândalo de conduta irregular de ministro na história conhecida do STF” e apontou possível crime de advocacia administrativa (art. 321 do Código Penal).

Até o momento, o Supremo não se pronunciou oficialmente sobre a citação a Moraes, e a acareação permanece confirmada para 30 de dezembro.

Com informações de Gazeta do Povo