O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retomou o interesse pela Groenlândia e afirmou, na véspera do Natal, que Washington “precisa” da ilha por motivos de “segurança nacional”. A declaração foi feita dias depois de o republicano designar o governador da Louisiana, Jeff Landry, como enviado especial para assuntos relacionados ao território ártico.
Em seu pronunciamento, Trump criticou a Dinamarca, responsável pela administração da Groenlândia, alegando que o país “não investe nada” na região. O presidente norte-americano também sugeriu que avaliaria alternativas para que a ilha passasse ao controle dos Estados Unidos.
A decisão de nomear um enviado especial e as declarações sobre eventual anexação foram classificadas como “inaceitáveis” pelo governo dinamarquês, que convocou o embaixador dos EUA em Copenhague para prestar esclarecimentos. “Existe um embaixador para o Reino da Dinamarca e é com ele que nos relacionamos. Quando o presidente designa de repente um enviado especial, isso causa indignação”, declarou o ministro das Relações Exteriores, Lars Løkke Rasmussen, à emissora pública DR.
Em nota conjunta, a primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, e o presidente groenlandês, Jens-Frederik Nielsen, ressaltaram que nenhum país pode “anexar outros países, nem mesmo sob o argumento da segurança internacional”. Frederiksen escreveu no Instagram que o aliado de longa data colocou o país “em uma situação difícil”, mas garantiu que os valores democráticos dinamarqueses serão mantidos. Nielsen, por sua vez, publicou no Facebook que cabe à Groenlândia definir o próprio futuro, lembrando que o território possui sua própria democracia e “grande união”.
A Groenlândia tem cerca de 57 mil habitantes distribuídos por 2,1 milhões de quilômetros quadrados — 80% cobertos por gelo. A economia local depende majoritariamente da pesca e de repasses anuais da Dinamarca, que respondem por aproximadamente metade do orçamento total da ilha.
Com informações de Gazeta do Povo