O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes entrou em contato com o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, para defender a venda do Banco Master ao Banco de Brasília (BRB), operação que ainda dependia de autorização da autoridade monetária.
A iniciativa ocorreu enquanto o Banco Master era alvo de investigação do BC por supostas fraudes que teriam inflado em cerca de R$ 12,2 bilhões a carteira de créditos da instituição. Segundo técnicos da autarquia, o banco negociava títulos inexistentes ou sem lastro, prática que mascarava prejuízos e elevava artificialmente o patrimônio.
Vínculo financeiro da família
O escritório da advogada Viviane Barci, esposa de Moraes, mantinha contrato estimado em R$ 3,6 milhões mensais para prestar serviços ao Banco Master. O acordo, válido por três anos, poderia render aproximadamente R$ 130 milhões e incluía representação da instituição junto ao Banco Central.
Interlocução com Galípolo
Durante a conversa, Moraes teria relatado que o Banco Master enfrentava resistência de concorrentes maiores e elogiado o controlador do grupo, Daniel Vorcaro. Galípolo, porém, informou o ministro sobre as suspeitas de fraude em apuração. Após tomar conhecimento, Moraes reconheceu que, se confirmadas as irregularidades, a venda não poderia prosseguir.
Desfecho do caso
Em seguida, o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master para proteger o sistema financeiro e os clientes. A Polícia Federal prendeu Vorcaro e outros seis executivos no curso das investigações.
O episódio foi revelado em reportagem publicada em 22 de dezembro de 2025.
Com informações de Gazeta do Povo