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Após Maduro, Trump sinaliza ofensiva antidrogas também contra Gustavo Petro

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No dia 10 de dezembro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que, depois do venezuelano Nicolás Maduro — a quem classificou como “com os dias contados” —, o mandatário colombiano Gustavo Petro será o próximo foco da Casa Branca no combate ao narcotráfico na América Latina.

Críticas de Petro à operação naval dos EUA

O desconforto entre Washington e Bogotá ganhou força depois que Petro criticou a operação militar americana que intercepta embarcações suspeitas de transporte de drogas em águas internacionais do Caribe, próximo à Venezuela. A ação foi posteriormente ampliada para o Pacífico, na altura da Colômbia, aumentando a tensão entre os dois governos.

Repetição de estratégias aplicadas a Maduro

Parte da estratégia usada contra o chavismo começa a ser reproduzida em solo colombiano. Em 16 de dezembro, o governo Trump incluiu o grupo colombiano Clan del Golfo na lista de organizações terroristas — mesma classificação empregada para justificar bombardeios a embarcações de gangues venezuelanas. Em 2025, o Tren de Aragua e o Cartel de Los Soles, apontados por Washington como aliados de Maduro, também receberam o rótulo de terrorismo.

Em administrações anteriores, dissidências das Farc e o Exército de Libertação Nacional (ELN) já haviam sido enquadrados na mesma categoria.

Sanções pessoais atingem líderes e familiares

As duas ofensivas também convergem na aplicação de sanções individuais. Maduro, a esposa Cilia Flores, o filho Nicolás Maduro Guerra e outros parentes figuram na lista de punições do Departamento do Tesouro americano. Em outubro, medidas semelhantes atingiram Petro, a primeira-dama Verónica del Socorro Alcocer García, o filho mais velho do presidente e um ministro colombiano, sob alegação de que o governo deixou cartéis prosperarem no país.

Um mês antes, em setembro, o Departamento de Estado havia anulado o visto de Petro após o presidente participar, em Nova York, de ato pró-Palestina no qual conclamou soldados americanos a desobedecerem ordens.

Retirada de ajuda financeira

Enquanto as sanções à Venezuela se arrastam há anos, a Colômbia perdeu neste ano o suporte financeiro que recebia de Washington, ampliando a pressão sobre Bogotá.

Peso das diferenças entre os dois líderes

Apesar das semelhanças, analistas em Washington destacam diferenças que podem limitar a escalada contra Petro:

  • O presidente colombiano não responde a acusações formais na Justiça dos EUA. Maduro, por sua vez, foi indiciado em Nova York por narcoterrorismo e outros crimes, o que levou Washington a oferecer recompensa hoje fixada em US$ 50 milhões por sua captura.
  • Petro foi eleito democraticamente e, pela Constituição, não poderá disputar a reeleição em 2026. O Pacto Histórico pretende lançar o senador Iván Cepeda na sucessão. Maduro, no poder desde 2013, mantém eleições contestadas e não sinaliza saída voluntária.

Mesmo com esses fatores, Trump advertiu que Petro “precisa ficar esperto” diante da possibilidade de futuras ações americanas na região.

Com informações de Gazeta do Povo