Nova York – Um relatório divulgado nesta segunda-feira (22) pela Liga Antidifamação (ADL, na sigla em inglês) concluiu que pelo menos 20% dos cerca de 400 funcionários nomeados pelo prefeito eleito de Nova York, Zohran Mamdani (Partido Democrata), mantêm vínculos com organizações consideradas antissionistas.
Segundo o The Times of Israel, que teve acesso ao documento, os investigados apresentam ligações com entidades como a Nação do Islã — cujo líder, Louis Farrakhan, acumula histórico de declarações antissemitas — e o movimento estudantil Students for Justice in Palestine. Ao menos quatro indicados estariam relacionados à Nação do Islã.
O relatório cita ainda episódios específicos envolvendo alguns dos designados. Um deles afirmou em rede social que “a resistência palestina era justificada” um dia após os ataques do Hamas a Israel, em 7 de outubro de 2023. Outro compartilhou publicação classificando sionistas como “piores que nazistas” e dizendo que “sionistas nunca são judeus de verdade”.
Resposta do prefeito eleito
Questionado sobre o levantamento durante entrevista coletiva nesta segunda-feira, Mamdani defendeu seus escolhidos. “Precisamos distinguir entre antissemitismo e críticas ao governo israelense, e os relatórios da ADL frequentemente ignoram essa diferença, desviando a atenção da crise muito real do antissemitismo”, declarou.
Filho de imigrantes muçulmanos, Mamdani assumirá a prefeitura em 1.º de janeiro, tornando-se o primeiro prefeito muçulmano da história da cidade. Na campanha, classificou as ações de Israel na Faixa de Gaza como genocídio e disse que prenderia o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, caso este desembarcasse em Nova York enquanto houver contra ele ordem de captura do Tribunal Penal Internacional.
A equipe de transição do prefeito eleito ainda não comentou publicamente os detalhes do relatório.
Com informações de Gazeta do Povo