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Lula lamenta novo adiamento do acordo Mercosul-UE e ataca intervenção dos EUA no Caribe

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Foz do Iguaçu (PR), 20.dez.2025 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reconheceu neste sábado (20) estar “frustrado” com o adiamento da assinatura do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. A declaração foi feita durante a cúpula do bloco sul-americano, realizada em Foz do Iguaçu.

A União Europeia comunicou na quinta-feira (18) que o tratado só deverá ser concluído em janeiro, após pedido da primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni. Lula afirmou que, apesar de apelos da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do presidente do Conselho Europeu, António Costa, o Mercosul não aceitará novas concessões. “Tudo estava certo para o dia 20, mas alguns países europeus recuaram”, disse.

“Não podemos ser responsabilizados por sucessivos atrasos”

Segundo o presidente, as negociações se estendem há mais de duas décadas e o bloco já atendeu a exigências ambientais, comerciais e regulatórias impostas por Bruxelas. Lula mencionou que, se a Itália confirmar apoio, a França não terá condições de barrar sozinha o acordo.

Críticas a Washington

No mesmo discurso, Lula condenou recentes movimentações militares dos Estados Unidos no Caribe, sem citar diretamente Donald Trump. Para o chefe do Executivo, uma eventual intervenção armada na Venezuela “seria uma catástrofe humanitária” e reeditaria tensões semelhantes às da Guerra das Malvinas, em 1982.

Impacto econômico projetado

A União Europeia é hoje o segundo maior parceiro comercial do Brasil, com intercâmbio de US$ 92 bilhões em 2023. Estimativas do governo apontam que o acordo poderia elevar o Produto Interno Bruto em 0,34% (cerca de R$ 37 bilhões) ao longo de 20 anos, aumentar investimentos em 0,76% (R$ 13,6 bilhões) e garantir ganho real de 0,42% nos salários.

Expectativa para janeiro

Lula afirmou que o Mercosul “não aceitará ser tratado como parceiro de segunda categoria”, mas manteve a esperança de assinar o tratado no início do próximo ano, durante a presidência rotativa paraguaia do bloco. “Vamos torcer para que aconteça pelo bem do nosso Mercosul e do multilateralismo”, concluiu.

Com informações de Gazeta do Povo