A divulgação da mais recente pesquisa da Quaest, na terça-feira (16), mexeu com os bastidores de Brasília e esfriou o entusiasmo de dirigentes do Centrão em torno de uma eventual candidatura presidencial do governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos). O impacto foi descrito pelo jornalista Gerson Camarotti, da Globo e GloboNews, como uma “bomba” sobre o grupo.
Segundo Camarotti, a sondagem passou a ser interpretada como sinal de que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) tende a se consolidar como principal representante do campo bolsonarista na disputa de 2026, enquanto o projeto de lançar Tarcísio perde força.
Números que balançaram o tabuleiro
No cenário em que Tarcísio aparece como pré-candidato, o ex-presidente Lula lidera com 41%, seguido por Flávio Bolsonaro, com 23%. O governador de São Paulo soma 10%. Em todas as simulações testadas, Flávio manteve a segunda colocação.
Os índices de rejeição também pesaram na análise interna do Centrão. De acordo com a Quaest:
- Flávio Bolsonaro – 60%
- Jair Bolsonaro – 60%
- Lula – 54%
- Tarcísio de Freitas – 47%
- Ratinho Júnior (PSD) – 39%
Capital político do sobrenome
Líderes do Centrão avaliam que o capital herdado de Jair Bolsonaro garante vantagem inicial a qualquer candidato com o sobrenome, mesmo diante de elevados níveis de rejeição. Esse vínculo, afirmam interlocutores, pesa mais do que eventuais discussões sobre acordos judiciais ou perdões futuros ao ex-presidente.
A leitura é que um nome apoiado por Bolsonaro precisaria equilibrar proximidade suficiente para mobilizar a base eleitoral e distância capaz de reduzir a resistência do eleitorado mais amplo — tarefa vista como complexa.
Outras peças no tabuleiro
Com o avanço de Flávio, dirigentes admitem a possibilidade de a direita chegar a 2026 com candidaturas pulverizadas. Além do senador e de Tarcísio, ganham espaço nomes como Ratinho Júnior, governador do Paraná, e Ronaldo Caiado (União Brasil), governador de Goiás, que mantém sua pré-campanha apesar de resistências internas.
A pesquisa foi considerada o primeiro grande teste de fôlego para as articulações do Centrão, que agora avalia se aposta na consolidação de Flávio ou se busca alternativas para conter o avanço do bolsonarismo na corrida presidencial.
Com informações de Direita Online