Brasília — A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou Filipe Martins a 21 anos e 6 meses de reclusão por envolvimento em um suposto plano de golpe relacionado aos atos de 8 de janeiro. A decisão, tomada por unanimidade em 17 de dezembro, ampliou a tensão já existente entre o Judiciário e o Legislativo.
Defesa critica dosimetria
Os advogados de Martins afirmaram que a pena “seria menor caso ele integrasse uma facção criminosa”. Em meio ao julgamento, o ministro Alexandre de Moraes admitiu haver dúvidas sobre uma viagem feita por Martins aos Estados Unidos antes dos fatos investigados.
Outros julgamentos no Supremo
No mesmo dia, o plenário do STF condenou a 14 anos de prisão o manifestante que se sentou na cadeira de Moraes durante a invasão ao prédio do tribunal em 8 de janeiro. A Corte também registrou três votos para anular o marco temporal de terras indígenas aprovado pelo Congresso e formou maioria, na Primeira Turma, para absolver por falta de provas um delegado da Polícia Federal que era réu em outro processo.
Pressão política no Congresso
A condenação de Martins intensificou discussões no Parlamento. Lideranças passaram a defender a renúncia dos deputados Alexandre Ramagem (PL-RJ) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP) de postos estratégicos para evitar novo embate com o STF. No Senado, o senador Alessandro Vieira (MDB-SE) votou contra o projeto da dosimetria na Comissão de Constituição e Justiça, classificando a tramitação acelerada como “estelionato”. O relator da matéria admitiu restringir o alcance do texto aos atos de 8 de janeiro.
Crise entre SBT e ala direita
Fora dos Poderes, uma polêmica envolvendo o cantor Zezé Di Camargo provocou desgaste entre o SBT e setores da direita. Após fazer comentários críticos sobre a emissora, o artista se desculpou publicamente, mas perdeu um show estimado em R$ 500 mil. Uma das filhas de Silvio Santos divulgou carta de defesa da família, enquanto o senador Flávio Bolsonaro participou do programa do Ratinho em meio ao impasse.
Movimentações para 2026
No tabuleiro eleitoral, o partido Democracia Cristã anunciou Aldo Rebelo como pré-candidato à Presidência em 2026. Levantamento Genial/Quaest indicou Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como nome da direita com melhor desempenho contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro turno. Já Heloísa Helena (Rede-AL) retornou à Câmara após 18 anos e prometeu fazer oposição ao governo.
Em outra frente, o ministro Alexandre de Moraes manifestou apoio à obrigatoriedade de propaganda eleitoral em serviços de streaming. Reportagem aponta ainda que um suposto acordo teria impedido que o magistrado sofresse sanções dos Estados Unidos durante a gestão de Donald Trump.
Com informações de Gazeta do Povo
