A Assembleia Nacional da França aprovou nesta terça-feira, 16 de dezembro de 2025, o orçamento da seguridade social para 2026 e, dentro do mesmo texto, suspendeu a reforma da Previdência implementada em 2023 pelo presidente Emmanuel Macron.
O projeto passou por 247 votos a favor e 232 contra. A decisão não anula a lei aprovada dois anos antes, mas congela seu principal ponto: o aumento gradual da idade mínima de aposentadoria de 62 para 64 anos. Dessa forma, a idade de saída do mercado de trabalho permanecerá em 62 anos e nove meses até 2028, quando Macron já terá deixado o cargo — as próximas eleições presidenciais estão marcadas para 2027.
Concessão política
De acordo com o jornal Le Monde, a suspensão foi incluída no orçamento como concessão do primeiro-ministro Sébastien Lecornu ao Partido Socialista, cujo apoio era considerado decisivo para a aprovação do texto. O governo, em minoria no Parlamento, enfrenta dificuldades para consolidar uma base estável.
Impacto político
A votação foi interpretada na imprensa local como um êxito de Lecornu, que obteve a aprovação do primeiro dos dois orçamentos obrigatórios antes do prazo de 31 de dezembro. Ao mesmo tempo, representou um revés simbólico para Macron, que havia tratado a reforma previdenciária como intocável. Em 2023, o Palácio do Eliseu recorreu ao artigo 49.3 da Constituição — dispositivo que permite aprovar leis sem votação parlamentar — provocando protestos em todo o país.
Com informações de Gazeta do Povo