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Operação Unha e Carne 2: PF prende desembargador do TRF-2 suspeito de ajudar Comando Vermelho

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Rio de Janeiro – A Polícia Federal cumpriu, na manhã desta terça-feira (16/12/2025), um mandado de prisão preventiva contra o desembargador Macário Judice Neto, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2). O magistrado é apontado como responsável por vazar informações sigilosas para beneficiar a facção criminosa Comando Vermelho (CV).

A ação integra a segunda fase da Operação Unha e Carne 2, que apura o repasse de dados de investigações a integrantes do CV. Além da detenção, foram executados dez mandados de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. Todas as ordens foram expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito do processo da ADPF 635/RJ, conhecida como “ADPF das Favelas”.

Ligação com processo de ex-deputado

Macário é relator da ação penal que envolve o ex-deputado Thiego dos Santos, conhecido como “TH Joias”, investigado por atuação no Comando Vermelho. De acordo com a PF, o desembargador teria utilizado sua função para favorecer a organização criminosa durante o andamento do caso.

Primeira fase prendeu presidente da Alerj

Na etapa inicial da operação, realizada em 2024, a PF prendeu o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Rodrigo Bacellar (União Brasil). O deputado foi solto posteriormente e passou a usar tornozeleira eletrônica, após decisão dos demais parlamentares da Casa.

Histórico de afastamentos

O desembargador preso nesta terça já havia sido afastado da magistratura em novembro de 2005, quando ainda era juiz federal, suspeito de vender sentenças para a máfia do jogo do bicho. Em 2015, o TRF-2 decretou sua aposentadoria compulsória por outro esquema ligado a caça-níqueis no Espírito Santo.

Em 2022, uma decisão liminar do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) revogou o afastamento. No ano seguinte, Macário retornou à titularidade da 3ª Vara Federal de Vitória, sendo promovido a desembargador em junho de 2023.

Os materiais apreendidos hoje serão encaminhados para análise da Polícia Federal, que prossegue com as investigações sobre o suposto vazamento de informações à facção criminosa.

Com informações de Gazeta do Povo