Sydney – Um ataque a tiros na Praia de Bondi, ponto turístico de Sydney, resultou em 12 mortes — 11 vítimas e um dos atiradores — no fim da tarde deste domingo (14.dez.2025). Outras 29 pessoas ficaram feridas, entre elas dois policiais, e várias permanecem em estado grave.
O tiroteio começou por volta das 18h30 locais (4h30 em Brasília), no primeiro dia do Hanukkah. Centenas de pessoas participavam de comemorações judaicas na orla e em um parque vizinho quando ao menos dois homens vestidos de preto abriram fogo. Um dos atiradores foi morto no local; o segundo, detido pela polícia. Investigadores apuram se há um terceiro envolvido.
Autoridades de Nova Gales do Sul classificam o episódio como ataque terrorista motivado por antissemitismo. Dispositivos explosivos improvisados foram encontrados em um carro estacionado próximo à praia e removidos pela brigada antibombas. O veículo, segundo o comissário estadual Mal Lanyon, pertencia ou era utilizado por um dos agressores. As identidades dos suspeitos não foram divulgadas.
Orientação de segurança
Em comunicado nas redes sociais, a polícia pediu que a população evitasse a região de Bondi e aconselhou quem estivesse nas imediações a buscar abrigo. O serviço de ambulâncias informou ter atendido dezenas de feridos no local e levado pelo menos seis pacientes a hospitais próximos.
Reações do governo australiano
O primeiro-ministro Anthony Albanese declarou que o episódio foi “um ato de perverso antissemitismo” dirigido à comunidade judaica em um momento de celebração e “feriu o coração do país”. O chefe de governo de Nova Gales do Sul, Chris Minns, afirmou que o ataque foi planejado para coincidir com o início do Hanukkah e conclamou a sociedade a apoiar os judeus australianos.
Em janeiro, o governo federal já havia alertado para o aumento de incidentes contra judeus no país desde o início da ofensiva israelense na Faixa de Gaza, em 2023. A comunidade judaica representa cerca de 0,4% da população australiana, estimada em 26 milhões de habitantes.
Condenação internacional
O presidente de Israel, Isaac Herzog, condenou o atentado e cobrou do governo australiano “medidas contra a onda de antissemitismo” no país. O ministro das Relações Exteriores israelense, Gideon Saar, atribuiu o crime ao crescimento de discursos de ódio e divulgou imagem de um talit ensanguentado recolhido na cena.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, manifestou choque e solidariedade às vítimas, afirmando que Europa e Austrália estão unidas “contra a violência, o antissemitismo e o ódio”.
Investigações seguem em curso para identificar todos os responsáveis e esclarecer a motivação detalhada do ataque.
Com informações de Gazeta do Povo