Oslo (Noruega), 11 dez. 2025 — A vencedora do Prêmio Nobel da Paz, Maria Corina Machado, declarou nesta quinta-feira (11) que a comunidade internacional apoia a oposição venezuelana e manifestou o desejo de regressar em breve ao seu país para compartilhar a honraria com seus compatriotas.
“O mundo está conosco, não estamos sós. Este é um momento definitivo”, disse Machado a jornalistas após ser recebida pelo presidente do Parlamento da Noruega, Masud Gharahkhani. A opositora chegou a Oslo durante a madrugada, saudou apoiadores da sacada do Grand Hotel e entoou o hino da Venezuela.
Viagem considerada “longa e perigosa”
Gharahkhani descreveu a vinda de Machado — que vive na clandestinidade na Venezuela desde janeiro — como “longa e perigosa”, ressaltando que, apesar dos riscos, ela decidiu viajar para “dar voz ao povo venezuelano”. Segundo o parlamentar, o prêmio “também pertence ao povo da Venezuela”, que, de acordo com ele, pediu mudança em eleições “não aceitas pelo regime brutal” de Nicolás Maduro.
Denúncias contra o governo Maduro
Em Oslo, Machado acusou a polícia venezuelana de deter jovens que portam em seus celulares notícias sobre o Nobel. A líder também afirmou que o país “já foi invadido” por agentes russos e iranianos, pelo grupo Hezbollah e por cartéis que, segundo ela, atuam em conluio com o chavismo.
Prêmio será levado “para casa”
Visivelmente emocionada, a opositora agradeceu ao governo norueguês e às pessoas que “arriscaram a vida” para viabilizar sua viagem. “Este reconhecimento pertence a eles e em breve poderei levá-lo para casa”, afirmou.
Agenda em Oslo
Embora não tenha chegado a tempo da cerimônia de entrega na quarta-feira (10) — ocasião em que o discurso de aceitação foi lido por sua filha, Ana Corina Sosa — Machado deve conceder entrevista coletiva ainda hoje ao lado do primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Store.
O anúncio do Nobel a Machado provocou críticas em alguns setores, mas Gharahkhani observou que a premiação “sempre gera controvérsias” e reiterou a necessidade de reconhecer a luta da opositora.
Com informações de Gazeta do Povo