Brasília — A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) vai analisar, em 10 e 11 de março de 2026, a ação penal que investiga três deputados do Partido Liberal (PL) por suspeita de desvio de emendas parlamentares destinadas à saúde em municípios do Maranhão.
A denúncia, apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), aponta que Josimar Maranhãozinho (PL-MA), Pastor Gil (PL-MA) e o suplente Bosco Costa (PL-SE) teriam exigido R$ 1,6 milhão em propina para liberar R$ 6,6 milhões em emendas ao município de São José de Ribamar. Segundo o Ministério Público, o grupo cometeu corrupção passiva e integrou organização criminosa.
O processo será relatado pelo ministro Cristiano Zanin e julgado pelos ministros Flávio Dino (presidente da Turma), Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia. A investigação começou em 2020, após denúncia do então prefeito de São José de Ribamar, Eudes Sampaio.
De acordo com a PGR, os parlamentares cobravam aproximadamente 25% de cada emenda como condição para liberar os recursos. O esquema envolveria ainda lobistas e um agiota, que adiantavam dinheiro aos deputados; o pagamento era repassado aos gestores municipais, responsáveis por devolver parte do valor recebido.
As apurações indicam que três emendas, somando R$ 6,67 milhões, foram usadas como garantia nas negociações. A PGR sustenta que Maranhãozinho liderava o grupo, enquanto Pastor Gil e Bosco Costa atuavam no braço político das tratativas.
Se condenados, os deputados podem responder pelos crimes de corrupção passiva e participação em organização criminosa.
Com informações de Gazeta do Povo