Autoridades dos Estados Unidos informaram ter identificado mais de duas dezenas de agentes russos atuando no México sob cobertura diplomática e alertaram o governo mexicano sobre a presença do grupo, segundo reportagem publicada pelo The New York Times.
A CIA elaborou uma lista com os nomes dos suspeitos, mas, de acordo com cinco fontes ligadas aos governos dos dois países, a administração mexicana optou por não expulsá-los. O aumento da atividade russa foi percebido ainda durante o mandato de Luiz Obrador. Mesmo após a posse da atual presidente Claudia Sheinbaum, em 2024, os agentes continuaram no território mexicano, relataram seis funcionários ouvidos pelo jornal norte-americano.
Um ex-conselheiro para assuntos do Hemisfério Ocidental no Conselho de Segurança Nacional do então presidente Joe Biden disse que Washington encaminhou aos mexicanos os nomes dos espiões lotados na embaixada russa na Cidade do México. Segundo ele, tratava-se de agentes experientes, já envolvidos em operações sofisticadas na Europa.
Autoridades dos EUA afirmam que a proximidade geográfica com seu território facilita a ação da Rússia. Agentes e informantes poderiam ser deslocados dos Estados Unidos para destinos turísticos mexicanos, como Cancún, frequentados por milhões de norte-americanos todos os anos, adquirindo uma cobertura considerada convincente.
De acordo com os relatos, os espiões misturam-se a turistas, banhistas e surfistas, trocando informações coletadas em solo norte-americano enquanto passam pelo México, estratégia que ajudaria a driblar os sistemas de vigilância de Washington.
Com informações de Gazeta do Povo