Em 6 de dezembro de 2025, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou uma resolução que exige o retorno imediato de aproximadamente 20 mil crianças ucranianas transferidas à força para a Rússia desde o início da invasão, em 2022. O texto recebeu 91 votos favoráveis, 12 contrários e 57 abstenções. O Brasil esteve entre os países que se abstiveram.
A resolução condena práticas de “reeducação” descritas como proibição do idioma ucraniano, atribuição de novos nomes russos e, em alguns casos, recrutamento dos menores para a construção de drones usados no conflito. O documento também solicita investigações independentes, responsabilização dos envolvidos e suspensão de deportações.
Em justificativa oficial, a delegação brasileira declarou que “o tom do texto não contribui para fomentar o diálogo”.
Antecedentes do caso
O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu mandados de prisão contra o presidente russo, Vladimir Putin, e a comissária russa para direitos das crianças, Maria Lvova-Belova, pelos sequestros. Estudo da Universidade de Yale identificou mais de 200 instalações em território russo onde as crianças estariam submetidas à doutrinação política e cultural.
Reações e histórico de votação
Após a aprovação, o embaixador da Ucrânia na ONU, Andrii Melnyk, agradeceu publicamente os 92 países que apoiaram a medida (91 votos mais a Ucrânia) e ressaltou que não esquecerá as nações que se abstiveram ou votaram contra, citando o Brasil.
Nos 12 meses anteriores, o Brasil também se absteve em votações que condenaram crimes de guerra atribuídos à Rússia, violações de direitos humanos no Irã e questionamentos sobre o processo eleitoral na Venezuela.
Com informações de Gazeta do Povo